Relatório britânico sobre clima é infundado, diz Opep
O relatório, de autoria de Nicholas Stern, ex-economista-chefe do Banco Mundial, diz que, se o mundo não agir, o planeta ficará até 5 graus Celsius mais quente nos próximos 100 anos, provocando secas e inundações que deixarão até 200 mil desabrigados.
O estudo diz que tomar medidas agora será bem mais barato do que combater as consequências no futuro. Tais medidas estariam diretamente ligadas à redução do consumo de petróleo, cuja queima libera gases que contribuem com o efeito estufa.
Mas Barkindo disse em uma conferência sobre energia em Moscou que a Opep, responsável por cerca de dois terços das reservas mundiais de petróleo, é contra esse tipo de pesquisa.
"Achamos bastante alarmantes algumas das chamadas iniciativas dos países industrializados ricos que supostamente deveriam liderar o combate à mudança climática", disse ele.
"Um exemplo recente é a revisão da mudança climática que foi divulgada ontem pelo governo do Reino Unido em Londres."
O relatório de Stern foi elogiado por ambientalistas, pelo governo britânico e pela Comissão Européia. O Conselho de Qualidade Ambiental da Casa Branca disse que o texto é uma contribuição à abundância de análises econômicas sobre o aquecimento global.
Barkindo disse que o relatório era equivocado, mas não entrou em detalhes sobre possíveis soluções para o aquecimento.
"A mitigação e a adaptação à mudança climática só podem ser obtidas nos princípios da responsabilidade comum e de capacidades respeitadas, e não com cenários que não têm fundamentos seja na ciência, seja na economia, como tivemos ontem em Londres", disse Barkindo.
A Opep é formada por Argélia, Indonésia, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Qatar, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Venezuela.
A Austrália, que junto com os EUA não assinou o Protocolo de Kyoto, que prevê reduções à poluição para conter o aquecimento, disse na terça-feira que tampouco aceita o relatório britânico.
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