Pequim recebe líderes africanos em teste para Jogos de 2008
Cerca de 1.700 delegados e centenas de jornalistas são esperados para o fórum China-África, de 1 a 6 de novembro, para incentivar os elos econômicos e comerciais entre a superpotência asiática e o continente subdesenvolvido, mas rico em recursos.
Os representantes vão poder chegar do aeroporto até a cidade sem congestionamentos, em vias fechadas para carros particulares em horários especiais. Os moradores vão ser incentivados a usar rotas alternativas, sem cobrança de pedágio, para evitar congestionamento nas rotas principais.
Balões gigantes vão proclamar "Bem-Vindos ao Encontro de Pequim".
A China quer petróleo e minério ferro da África, e está usando imagens de girafas e zebras para divulgar o continente, que para a maioria da população continua desconhecido.
"O povo chinês não sabe muito sobre a África", disse o morador Ren Fang. "Mas o turismo está se abrindo, então muito mais gente está indo."
Programas de televisão especiais sobre o turismo na África reforçam a imagem do continente, que está sendo divulgado na cidade também através de cartazes com imagens exóticas de animais andando nas savanas e pessoas vestidas com roupas de guerreiros e com pintura facial.
"África — terra de mito e milagre" é um dos lemas dos cartazes.
A campanha de relações públicas evita temas pesados, como perdão de dívidas e acordos de petróleo. Mas reforça a tradição de boa vontade construída com o apoio da China aos movimentos de independência nos anos 1960 e 1970 na África. O tema do encontro é "Paz, Amizade, Cooperação e Desenvolvimento".
Mas receber velhos amigos no maior encontro de líderes estrangeiros que Pequim já organizou tem um preço para a cidade de mais de 15 milhões de habitantes. A administração está lutando para organizar o trânsito e as medidas de segurança para garantir que o encontro seja realizado com tranquilidade, como "ensaio" para a Olimpíada de 2008.
"O fórum vai ajudar a prefeitura de Pequim a acumular experiência para a Olimpíada", disse Sun Weide, porta-voz do comitê organizador da cidade.
No distrito de Haidian, no noroeste da cidade, médicos e enfermeiras foram mobilizados para patrulhar as ruas para ajudar a manter a ordem, disse um médico.
Os horários escolares serão ajustados para evitar trânsito e os ônibus escolares terão rotas diferentes. A maioria dos veículos oficiais ficará fora das ruas.
Táxis sem passageiros serão proibidos de entrar na Avenida da Paz Eterna, que passa pela Praça da Paz Celestial, no centro da cidade, e os caminhões não podem transportar petróleo, diesel e produtos químicos perigosos na área.
Mas as medidas provocaram reclamações em alguns bairros.
Motoristas de táxi disseram que a pintura em viadutos não teve tempo para secar e manchou seus carros.
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