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Internacional
Segunda - 30 de Outubro de 2006 às 13:47

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O ministro da Ciência, Cultura e Esporte israelense, o trabalhista Ophir Pines-Paz, apresentou hoje sua renúncia, quatro horas depois de o Conselho de Ministros decidir por grande maioria aceitar a entrada do partido ultradireitista Yisrael Beiteinu na coalizão de Governo.

Pines-Paz foi o único ministro do Gabinete a votar contra a inclusão desse partido, liderado por Avigdor Lieberman, conhecido por suas declarações xenófobas e sua defesa da expulsão dos árabes do território israelense.

O Governo também aprovou a designação de Lieberman como vice-primeiro-ministro e titular para Ameaças Estratégicas contra Israel.

Pines-Paz, que criticou duramente a entrada do Yisrael Beiteinu (Israel é a Nossa Casa), não compareceu hoje a uma reunião de sua formação política, depois que no domingo o Comitê Central do Partido Trabalhista apoiou a medida.

Além disso, Pines-Paz tem intenções de disputar a direção do Partido Trabalhista nas próximas eleições primárias.

No Parlamento israelense (Knesset), acontece hoje um debate político, prévio à votação sobre a entrada de Lieberman na coalizão de Governo.

Os partidos de esquerda e os três grupos árabes israelenses, integrados por cerca de dez deputados, criticaram duramente a medida aprovada hoje pelo Governo, e devem votar contra a designação de Lieberman como ministro.

O deputado árabe Ahmed Tibi, da Lista Árabe Unida-Ta''al, disse que Lieberman era um "político perigoso, astuto, fascista e racista".

"Em outros lugares, pessoas como ele são rechaçadas e, em Israel, (o primeiro-ministro, Ehud) Olmert o torna vice-primeiro-ministro", disse o deputado.

Além disso, em uma entrevista ao jornal "Ha''aretz", Tibi afirma que Lieberman é o equivalente israelense do líder ultradireitista francês Jean-Marie Le Pen e do austríaco Joerg Haider.

Em outra entrevista publicada na semana passada, Zahava Gal-On, deputada israelense do partido de esquerda Meretz, também comparou Lieberman a Le Pen e Haider, e opinou, inclusive, que era pior que eles.

Segundo a legislação israelense, a nomeação de Lieberman no Governo precisa apenas da maioria simples dos deputados do Parlamento (61 votos).

A designação de Lieberman deve receber a aprovação do partido do primeiro-ministro, o Kadima (29 votos); do partido religioso sefardita Shas (11) e do próprio Yisrael Beiteinu (12), assim como da maior parte dos trabalhistas.

Após o provável voto de aprovação no plenário, Lieberman deverá assumir como ministro e tomar assento na mesa do Gabinete.





Fonte: EFE

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