Israel: Ministro renuncia após extrema direita entrar no Governo
Pines-Paz foi o único ministro do Gabinete a votar contra a inclusão desse partido, liderado por Avigdor Lieberman, conhecido por suas declarações xenófobas e sua defesa da expulsão dos árabes do território israelense.
O Governo também aprovou a designação de Lieberman como vice-primeiro-ministro e titular para Ameaças Estratégicas contra Israel.
Pines-Paz, que criticou duramente a entrada do Yisrael Beiteinu (Israel é a Nossa Casa), não compareceu hoje a uma reunião de sua formação política, depois que no domingo o Comitê Central do Partido Trabalhista apoiou a medida.
Além disso, Pines-Paz tem intenções de disputar a direção do Partido Trabalhista nas próximas eleições primárias.
No Parlamento israelense (Knesset), acontece hoje um debate político, prévio à votação sobre a entrada de Lieberman na coalizão de Governo.
Os partidos de esquerda e os três grupos árabes israelenses, integrados por cerca de dez deputados, criticaram duramente a medida aprovada hoje pelo Governo, e devem votar contra a designação de Lieberman como ministro.
O deputado árabe Ahmed Tibi, da Lista Árabe Unida-Ta''al, disse que Lieberman era um "político perigoso, astuto, fascista e racista".
"Em outros lugares, pessoas como ele são rechaçadas e, em Israel, (o primeiro-ministro, Ehud) Olmert o torna vice-primeiro-ministro", disse o deputado.
Além disso, em uma entrevista ao jornal "Ha''aretz", Tibi afirma que Lieberman é o equivalente israelense do líder ultradireitista francês Jean-Marie Le Pen e do austríaco Joerg Haider.
Em outra entrevista publicada na semana passada, Zahava Gal-On, deputada israelense do partido de esquerda Meretz, também comparou Lieberman a Le Pen e Haider, e opinou, inclusive, que era pior que eles.
Segundo a legislação israelense, a nomeação de Lieberman no Governo precisa apenas da maioria simples dos deputados do Parlamento (61 votos).
A designação de Lieberman deve receber a aprovação do partido do primeiro-ministro, o Kadima (29 votos); do partido religioso sefardita Shas (11) e do próprio Yisrael Beiteinu (12), assim como da maior parte dos trabalhistas.
Após o provável voto de aprovação no plenário, Lieberman deverá assumir como ministro e tomar assento na mesa do Gabinete.
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