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Tecnologia
Segunda - 30 de Outubro de 2006 às 08:17

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O "computador portátil de US$ 100", com um design prático e chamativo, começará a ser produzido no próximo ano e será vendido dentro de um projeto humanitário para escolas de regiões pobres e remotas do Brasil, Nigéria, Líbia e Argentina.

O computador de baixo custo, chamado de "2B1", é uma poderosa ferramenta de aprendizagem criada por representantes do mundo acadêmico e tecnológico para as crianças mais pobres que vivem nos lugares mais remotos e isolados do planeta, explicaram os promotores do projeto em comunicado.

Os novos aparelhos fazem parte do projeto One Laptop per Child (Um computador por criança), que o Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) incentiva, e cujo cérebro é o guru da tecnologia Nicholas Negroponte, co-fundador do Media Lab - laboratório midiático - do mesmo centro.

Os computadores serão fabricados com uma combinação de cores chamativas, verde e branco, por uma empresa de Taiwan, a Quanta, a partir do primeiro trimestre de 2007. Inicialmente serão produzidas dez milhões de unidades, embora as primeiras mil - para testes - estejam disponíveis a partir de novembro.

O computador portátil de baixo custo usará a tecnologia Linux e terá um processador de 500 MHz e 128 MB de memória de Acesso Aleatório Dinâmico (DRAM), com 500 MB de memória "Flash". O revigorado modelo não terá unidade de disco rígido, mas contará com quatro entradas "USB".

Segundo Negroponte, estes computadores terão conexão de rede sem fio que, entre outras coisas, permitirá que se acoplem entre si. Cada aparelho poderá se conectar com seu vizinho mais próximo, criando uma rede de área local, explicou Negroponte ao apresentar o novo modelo.

Uma das características mais inovadoras do computador portátil de US$ 100 é que utiliza uma fonte de energia manual: uma espécie de cordão que se puxa para carregá-lo, como o dos cortadores de grama.

O mecanismo resolve o paradoxo de como ligar um computador nas áreas mais remotas e pobres do planeta, onde a energia elétrica não chega. Esta nova fonte de energia representa uma grande evolução no modelo, já que o protótipo anterior necessitava de uma manivela, um mecanismo tão frágil que o secretário das Nações Unidas, Kofi Annan, ficou com ela na mão em uma demonstração.

"A manivela não era viável", disse Negroponte na apresentação sobre como será o novo computador, que poderá fazer quase tudo que um aparelho convencional faz, exceto guardar grandes quantidades de informação.

O projeto foi iniciado pelo MIT com o apoio das empresas Google, News Corp, AMD, Rede Hat e BrightStar e de especialistas como Seymour Papert, Alan Kay e Negroponte. Segundo seus promotores, o baixo custo dos computadores é obtido, em primeiro lugar, reduzindo drasticamente o preço da tela.

"A primeira geração de máquinas terá uma inovadora tela dual, que apresenta melhorias em relação às telas de LCD, encontradas geralmente em reprodutores de DVD baratos", explica. Estas telas, que podem ser usadas em preto e branco, têm uma alta resolução à luz do sol e seu custo aproximado é de US$ 35.

Outro fator que barateia o custo é a eliminação do supérfluo nas máquinas. "Os computadores portáteis de hoje se tornaram pesados: dois terços de seus programas são usados para administrar o outro terço, e fazem as mesmas funções de nove maneiras diferentes", explicam os promotores da iniciativa.

Além disso, os computadores serão vendidos por atacado (por milhões), diretamente aos ministérios de Educação dos países em desenvolvimento, que poderão distribuí-los como se fossem livros de texto.





Fonte: EFE

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