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Internacional
Domingo - 29 de Outubro de 2006 às 14:21

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A França enviou um reforço policial no domingo à cidade de Marselha, onde vândalos incendiaram um ônibus durante a noite, o que deixou uma mulher seriamente queimada.

O presidente Jacques Chirac condenou ataque, que provocou temores por novos atos violentos nas cidades francesas, quando se completa um ano desde os protestos generalizados nos subúrbios pobres do país, habitados em boa parte por imigrantes.

"O presidente contou à família da vítima sobre o seu horror em relação a esse ato vergonhoso e os assegurou que fará o necessário para achar os criminosos e puni-los", declarou o gabinete de Chirac, em um comunicado.

O ministro do Interior, Nicolas Sarkozy, anunciou reforço policial em Marselha. Autoridades locais disseram que cerca de 160 oficiais a mais estavam sendo enviados à cidade.

Elas afirmaram que a polícia vai adotar uma política de "tolerância zero".

De acordo com a polícia, quatro jovens invadiram o ônibus e o incendiaram, antes que a mulher de 26 anos pudesse escapar. Segundo autoridades, ela está "entre a vida a morte", com 60 por cento do corpo queimado.

Alguns veículos de comunicação disseram que os vândalos tinham por volta de 15 anos.

"O que é amedrontador é que não estão atacando a polícia ou representantes do governo, mas a população", afirmou o policial Jean-Claude Delage, líder sindical, a um canal de TV. "Aparentemente, eles nem pediram para os passageiros descerem do ônibus."

Vândalos colocaram fogo em pelo menos meia dúzia de ônibus nos arredores de Paris na semana passada, às vésperas dos primeiro aniversário do protesto, mas ninguém saiu ferido desses ataques. A polícia alertou que a violência poderia mais uma vez sair do controle.

Durante a noite, jovens incendiaram um outro ônibus no subúrbio de Paris, depois de ordenarem que os passageiros se retirassem. Vândalos também atiraram pedras em policiais. De acordo com a polícia, 46 pessoas foram presas, e dois agentes ficaram feridos.

A nova onda de violência aumenta a pressão sobre o governo conservador, no ano que antecede as eleições presidenciais e parlamentares.

Um sindicato de policiais, de direita, pediu a renúncia de Sarkozy, alegando que ele não é capaz de garantir a segurança da população. Políticos locais e jovens dos subúrbios acusam os conservadores de terem falhado no combate às causas do protesto, como o desemprego e o preconceito.

O ministro do Trabalho, Jean-Louis Borloo, afirmou que as medidas para dar emprego aos jovens começam a dar frutos. "É necessário de três a cinco anos para que todos sintam os efeitos concretos e se resolva o problema", disse em entrevista a um jornal.





Fonte: Reuters

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