Repórter News - reporternews.com.br
MT: júri absolve acusado de mandar matar jesuíta
O Tribunal de Júri Federal de Mato Grosso decidiu, na madrugada de hoje, que o missionário jesuíta, Vicente Cañas Costa encontrado morto no dia 16 de maio de 1987 pelo padre Tomás de Aquino, foi vítima de homicídio. No entanto, Ronaldo Antônio Osmar, na época delegado de polícia de Juína (distante cerca de 730 Km de Cuiabá), acusado de ser o agenciador e pagador dos executores do assassinato, foi absolvido por seis votos a um.
O julgamento durou cinco dias e teve a presença de diversas entidades indigenistas. O Procurador da República Mario Lúcio Avelar, que atua na acusação dos réus, afirmou que recorrerá na decisão na semana que vem.
O padre jesuíta foi morto no inicio do mês de abril de 1987, na margem esquerda do rio Juruena, local denominado Caixão de Pedra, na reserva indígena dos Enawenê-Nawê em Juína (distante cerca de 730 de Cuiabá), onde o padre tinha um barraco de apoio (que era utilizado para radiofonia e como depósito de medicamentos) antes de chegar na aldeia indígena.
Vicente Cañas era um padre jesuíta espanhol naturalizado brasileiro e participou, como missionário do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), dos primeiros contatos com os índios Enawenê-nawê, nos anos 70. Ele integrava o grupo de trabalho da Funai, responsável pela demarcação da reserva indígena Salumã (dos índios Enawenê-Nawe). A região é marcada de intensas disputas pela área indígena, como o massacre do Paralelo 11, onde se morreram inúmeros índios e da Roda D'água, onde foram mortos fazendeiros.
O Ministério Público Federal denunciou seis acusados pelo assassinato: Ronaldo Antônio Osmar, Martinez Abadio da Silva, José Vicente da Silva, Antônio Mascarenhas Junqueira, Pedro Chiquetti e Camilo Carlos Óbici. No entanto, Pedro Chiquetti e Camilo Carlos Óbici já faleceram, e em relação a Antônio Mascarenhas Junqueira e Martinez Abadio da Silva houve a extinção do crime porque ambos têm mais de 70 anos de idade.
Além de Ronaldo Antônio Osmar, José Vicente da Silva também é acusado e pode responder por homicídio duplamente qualificado, mediante pagamento e em emboscada. Enquato Osmar foi absolvido, Silva será julgado na próxima semana. O julgamento acontece 19 anos depois do assassinato, a menos de um ano da prescrição do caso.
O missionário leigo Egon Heck esteve junto com a equipe que encontrou o corpo de Cañas, a cerca de um metro do barraco. "O corpo de Vicente Cañas estava em pele e osso, e tinha uma perfuração no abdômen. No local havia vestígios de luta, o barco estava semi afundado, os óculos estavam quebrados e espalhados, os pertences dele espalhados e os chinelos espalhados. O que nos chamou a atenção foi o fato de haver velas espalhadas no local, principalmente porque Cañas não utilizava velas e sim lamparina", falou.
Segundo Egon Heck, a extrema maldade que foi praticado o crime para que ele não fosse elucidado. "O assassinato foi premeditado nos mínimos detalhes, de uma forma que buscaram eliminar os indícios de provas e elementos que leva a crer essa decisão da Justiça", declarou indignado Heck.
O advogado de defesa de Ronaldo, Waldir Caldas Rodrigues, afirmou que pela primeira vez a sociedade teve a possibilidade de analisar as provas do processo. "Não houve de fato pela aprovação do júri popular a participação de Osmar. Não existem vencedores. Esse fato não acaba e motiva para que se busque o verdadeiro culpado", disse. O ex-delegado de policia civil de Juína, Ronaldo Antônio Osmar declarou no final do júri popular que o resultado foi justo e que ele retomará a vida.
A presidência do Tribunal do Júri coube ao juiz federal Jeferson Schneider, na acusação o Procurador da República, Mario Lúcio Avelar e como assistentes da acusação, os advogados Paulo Machado Guimarães e Michael Mary Nolan. Na defesa de Antônio Osmar estavam os advogados Zoroastro C. Teixeira e Waldir Caldas.
O julgamento durou cinco dias e teve a presença de diversas entidades indigenistas. O Procurador da República Mario Lúcio Avelar, que atua na acusação dos réus, afirmou que recorrerá na decisão na semana que vem.
O padre jesuíta foi morto no inicio do mês de abril de 1987, na margem esquerda do rio Juruena, local denominado Caixão de Pedra, na reserva indígena dos Enawenê-Nawê em Juína (distante cerca de 730 de Cuiabá), onde o padre tinha um barraco de apoio (que era utilizado para radiofonia e como depósito de medicamentos) antes de chegar na aldeia indígena.
Vicente Cañas era um padre jesuíta espanhol naturalizado brasileiro e participou, como missionário do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), dos primeiros contatos com os índios Enawenê-nawê, nos anos 70. Ele integrava o grupo de trabalho da Funai, responsável pela demarcação da reserva indígena Salumã (dos índios Enawenê-Nawe). A região é marcada de intensas disputas pela área indígena, como o massacre do Paralelo 11, onde se morreram inúmeros índios e da Roda D'água, onde foram mortos fazendeiros.
O Ministério Público Federal denunciou seis acusados pelo assassinato: Ronaldo Antônio Osmar, Martinez Abadio da Silva, José Vicente da Silva, Antônio Mascarenhas Junqueira, Pedro Chiquetti e Camilo Carlos Óbici. No entanto, Pedro Chiquetti e Camilo Carlos Óbici já faleceram, e em relação a Antônio Mascarenhas Junqueira e Martinez Abadio da Silva houve a extinção do crime porque ambos têm mais de 70 anos de idade.
Além de Ronaldo Antônio Osmar, José Vicente da Silva também é acusado e pode responder por homicídio duplamente qualificado, mediante pagamento e em emboscada. Enquato Osmar foi absolvido, Silva será julgado na próxima semana. O julgamento acontece 19 anos depois do assassinato, a menos de um ano da prescrição do caso.
O missionário leigo Egon Heck esteve junto com a equipe que encontrou o corpo de Cañas, a cerca de um metro do barraco. "O corpo de Vicente Cañas estava em pele e osso, e tinha uma perfuração no abdômen. No local havia vestígios de luta, o barco estava semi afundado, os óculos estavam quebrados e espalhados, os pertences dele espalhados e os chinelos espalhados. O que nos chamou a atenção foi o fato de haver velas espalhadas no local, principalmente porque Cañas não utilizava velas e sim lamparina", falou.
Segundo Egon Heck, a extrema maldade que foi praticado o crime para que ele não fosse elucidado. "O assassinato foi premeditado nos mínimos detalhes, de uma forma que buscaram eliminar os indícios de provas e elementos que leva a crer essa decisão da Justiça", declarou indignado Heck.
O advogado de defesa de Ronaldo, Waldir Caldas Rodrigues, afirmou que pela primeira vez a sociedade teve a possibilidade de analisar as provas do processo. "Não houve de fato pela aprovação do júri popular a participação de Osmar. Não existem vencedores. Esse fato não acaba e motiva para que se busque o verdadeiro culpado", disse. O ex-delegado de policia civil de Juína, Ronaldo Antônio Osmar declarou no final do júri popular que o resultado foi justo e que ele retomará a vida.
A presidência do Tribunal do Júri coube ao juiz federal Jeferson Schneider, na acusação o Procurador da República, Mario Lúcio Avelar e como assistentes da acusação, os advogados Paulo Machado Guimarães e Michael Mary Nolan. Na defesa de Antônio Osmar estavam os advogados Zoroastro C. Teixeira e Waldir Caldas.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/264789/visualizar/
Comentários