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Polícia Brasil
Domingo - 29 de Outubro de 2006 às 04:48

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Sinais de trânsito e engarrafamentos se transformaram em verdadeiras armadilhas para quem circula pelo Jardim Botânico, Gávea, Lagoa e São Conrado, bairros da zona sul da capital fluminense. Armados com pedaços de ferro para quebrar vidros de carros, ladrões em motocicletas estão assaltando motoristas que ficam parados na luz vermelha ou em congestionamentos.

Nos últimos três meses, havia 85 ocorrências na 15ª DP (Gávea). Mas esse número é maior, já que muitas queixas não são registradas. No mesmo período do ano passado, foram 15 - média de cinco por mês. Mais de 90% das vítimas são mulheres, que, sozinhas, acabam deixando bolsas e celulares expostos no banco do carona, facilitando a ação dos bandidos.

À medida que escurece o perigo aumenta. Os dados da polícia revelam que mais da metade dos casos acontece depois das 17h30, no período de fluxo intenso de carros. Parados no trânsito, os motoristas acabam distraídos e nem percebem a aproximação dos ladrões. A ação não dura mais que cinco segundos, tempo suficiente para que o criminoso que está na garupa da moto quebre o vidro e arranque objetos de dentro do veículo.

"Quando percebi, já tinham levado minha bolsa, meu telefone, tudo o que conseguiram pegar rápido. Estouraram o vidro e ainda amassaram a porta do meu carro. Foi um susto e tanto. Tudo aconteceu muito rápido, não dá para ver quem são os ladrões. Espero não passar mais por isso", contou uma jornalista de 28 anos, assaltada no início do mês na rua Jardim Botânico, quando seguia para casa, na Barra da Tijuca.

Dupla foi presa A rua onde foi a ocorrência é a de maior incidência de ataques, seguida da praça Santos Dumont, na Gávea, e da Avenida Lineu de Paula Machado, no Jardim Botânico.

Uma das três duplas que atuavam na área foi presa, no mês passado, depois de roubar uma mulher. Dênis Monteiro Marques, o Borel, e Marcelo da Silva Bezerra, ambos de 24 anos e moradores da Rocinha, foram surpreendidos por policiais civis que faziam ronda na região, justamente por causa dos assaltos. Encurralados no túnel Zuzu Angel, em São Conrado, eles tentaram se livrar de revólver 32 e da bolsa da vítima, mas foram identificados pelo capacete.

Na delegacia, foi encontrado no calção de um deles o dinheiro roubado. Um fato chamou a atenção dos inspetores: Borel apresentava vários cortes na mão direita, a que usava para quebrar os vidros com barra de ferro.

Na opinião do comandante do 23º BPM (Leblon), tenente-coronel Carlos Eduardo Millan, os ataques nos sinais podem ser reduzidos com mudanças simples no comportamento dos próprios motoristas. "Se a pessoa não deixa, por exemplo, objetos de valor à mostra, vai diminuir a possibilidade de ser assaltada. Eles não têm planejamento, são viciados, e agem para adquirir qualquer coisa que possa ser trocada em bocas de fumo", explicou o oficial.

Rondas preventivas nas ruas Rondas diárias em horários de "rush". A estratégia adotada pelas polícias Civil e Militar tem sido a principal arma para coibir os ataques de motociclistas. A 15ª DP (Gávea) colocou quatro viaturas para circular nos pontos mais perigosos. O 23º BPM (Leblon) também aposta no policiamento motorizado.

"Os ladrões agem no trânsito congestionado. Se o policial estiver de moto, será mais fácil prendê-los. Estamos com quatro motos circulando em lugares estratégicos. Já houve redução no número de ataques", comentou o tenente-coronel Millan.

Quatro pontos eletrônicos foram instalados, no último mês, para intensificar o policiamento nas ruas Jardim Botânico, Lopes Quintas e Von Martius. No Alto Leblon, os equipamentos foram implantados nas ruas Brandão Filho, Igarapava, Aperana, Timóteo da Costa e Cortes Sigaud. Do BPM é possível acompanhar se o planejamento é cumprido.





Fonte: O Dia

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