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Internacional
Domingo - 29 de Outubro de 2006 às 02:54

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A Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), que mantém a capital deste Estado do México ocupada, anunciou neste sábado que se retirará dos edifícios públicos ocupados, enquanto os professores disseram que retornarão às salas de aula após cinco meses de greve e de conflitos e violência nas ruas.

A APPO indicou que se retirará dos edifícios públicos que ocupou nos últimos meses e evitará um enfrentamento com as tropas federais enviadas pelo presidente do México, Vicente Fox, para restabelecer a ordem.

O dirigente da APPO Zennen Bravo afirmou sobre a retirada "das barricadas e dos edifício públicos para passar a outra tática de luta, com a mobilização passiva".

"Vamos nos retirar assim que as forças federais avançarem, para evitar um enfrentamento", disse o dirigente desta plataforma social que se uniu aos protestos iniciados pelos professores do Estado, em 22 de maio. A violência em Oaxaca alcançou seu limite na última sexta-feira, após a morte de quatro pessoas, entre elas um jornalista americano.

A APPO convocou também todos os cidadãos de Oaxaca a participarem às 14h deste domingo (17h em Brasília) de uma manifestação que partirá do monumento a Juárez, situado cerca de oito quilômetros a leste da cidade, em uma demonstração de "força" do movimento.

Roberto Luzeiro, outro dirigente da APPO, assinalou que o movimento apóia o diálogo com a Secretaria de Governo (Ministério do Interior), mas "não aceita" o ultimato lançado pelo governo, que exigiu que os manifestantes desocupem de "imediato" as ruas e edifícios ocupados.

O líder manifestou que a APPO está plenamente disposta a ir à Cidade do México para retornar à mesa de negociação com a Secretaria de Governo (Segob).

Por sua parte, Dirigentes da seção 22 do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE), integrado por cerca de 70 mil professores, decidiram hoje retornar às salas de aula na próxima segunda-feira, após cinco meses de greve.

O líder da Seção 22, Enrique Rueda Pacheco, fez o anúncio na capital mexicana, após concluir uma reunião com o secretário de Governo (Interior), Carlos Abascal.

O conflito em Oaxaca começou em 22 de maio com uma greve do magistério local e se radicalizou em 14 de junho com uma operação policial fracassada, o que levou as várias organizações sociais que criaram a APPO a se unirem ao protesto. O líder dos professores precisou que o retorno às salas de aula está condicionado ao fato de a Segob libertar quatro professores detidos na próxima segunda-feira.

Além disso, os professores exigem o cancelamento de todas as ordens de apreensão emitidas pelas autoridades contra os membros do sindicato, mas este tema será revisado pelas equipes jurídicas da Seção 22 e do Governo, explicou o líder magisterial.

O governo e os educadores decidiram também que um funcionário da Secretaria de Educação federal assumirá de maneira "transitória" o serviço educativo no estado.

No entanto, Rueda Pacheco insistiu em que a exigência principal dos professores continua sendo a renúncia do governador estadual, Ulises Ruiz, algo "não negociável".

Os docentes condenaram a presença em Oaxaca dos membros da Polícia Federal Preventiva (PFP), que chegaram neste sábado à cidade, e a qualificaram como uma decisão "unilateral" de Fox.

O secretário de Governo, Carlos Abascal, manifestou ao término de sua reunião com os professores que a polícia só ficará "o tempo necessário" em Oaxaca, e que não procura apoiar nenhuma das partes em conflito, mas conseguir o "restabelecimento" da ordem.

Abascal se encarregou de reiterar seu compromisso de "contribuir para a reforma do estado de Oaxaca".

No entanto, precisou que o uso da polícia é um "recurso legítimo" que não implica "de maneira alguma" na l imitação da liberdade de expressão ou do direito à manifestação das pessoas.





Fonte: EFE

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