Ônibus são incendiados em subúrbios da França

Seis policiais ficaram levemente feridos e dois ônibus foram incendiados neste sábado de madrugada nos subúrbios franceses, um ano depois da explosão de uma onda de violência que sacudiu a França.

"A noite foi relativamente tranquila", disse a direção-geral da polícia nacional. "Seis policiais ficaram levemente feridos" e "no total foram detidos 25 indivíduos, 21 deles na região parisiense", acrescentou.

Em comunicado, o Ministério do Interior ressaltou que "foram registrados poucos incidentes durante a noite de 27 a 28 de outubro", em comparação às três semanas de violência que estremeceram o país de 27 de outubro a 20 de novembro de 2005.

Entre os incidentes mais graves, destaque ao ataque a dois ônibus na localidade de Blanc-Mesnil, a nordeste de Paris. Os agressores, depois de obrigarem os passageiros a descer, incendiaram os veículos.

Outros incidentes de pouca importância foram registrados em outras regiões, em particular em Reims (nordeste).

Policiais e bombeiros foram atacados em Clichy-sous-Bois, nordeste de Paris, onde explodiram os distúrbios no ano passado, em Meaux (sul) e em Toulouse (sul), durante intervenções, segundo o Ministério do Interior.

Nos últimos dias foram registrados vários ataques a ônibus, principalmente na periferia de Paris.

As forças de segurança receberam críticas dos habitantes de alguns subúrbios, que se queixaram de sofrer controles reiterados devido às "suas fisionomias".

Apesar dos incidentes mostrarem um incremento da tensão, a situação é bem mais tranquila do que há quase um ano.

De todos os modos, 4 mil policiais foram mobilizados nos bairros periféricos por medo de uma nova explosão de violência.

Em 27 de outubro de 2005, dois adolescentes de 15 e 17 anos da localidade de Clichy-sous-Bois morreram eletrocutados ao se refugiar num transformador quando fugiam da polícia.

O episódio deu lugar a três semanas de violência que deixaram mais de 10.

0s automóveis incendiados e dezenas de edifícios públicos destroçados. As perdas totais foram estimadas em 160 milhões de euros.

Acima de tudo, a revolta de 2005 mostrou as deficiências do modelo social francês e a exclusão e o esquecimento sofridos por esses bairros pobres e marginalizados, habitados em grande parte por imigrantes do Magreb e da África subsaariana.