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Nacional
Sábado - 28 de Outubro de 2006 às 09:07

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No dia 31 de outubro de 1996, Sandra Assali esteve no saguão do aeroporto de Congonhas para se despedir do marido, José Assali, que viajava para o Rio de Janeiro. Menos de uma hora depois veio a notícia de que o avião que o levava, um Fokker 100 da TAM, havia caído logo após a decolagem, no bairro do Jabaquara. Não houve sobreviventes entre as 96 pessoas que estavam dentro da aeronave. Três moradores do bairro atingidas em solo também morreram.

Quase 10 anos depois, em outubro de 2006, Sandra acaba de retornar de Manaus. Agora na condição de presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos das Vítimas de Acidentes Aéreos - uma ONG criada seis meses após o acidente com o avião da TAM.

Sandra esteve lá para prestar auxílio e dar orientação às famílias de 62 vítimas do acidente que envolveu o Boeing 737-800 da Gol, que caiu próximo à divisa entre Mato Grosso e Pará, no último dia 29 de setembro, e deixou 154 mortos. A principal recomendação: "não assinar nenhum papel relativo a indenizações neste momento".

"Fomos cobaias de um grande acidente. A partir daí, nos envolvemos em vários outros casos, já que passamos a conhecer o caminho das pedras", diz.

Esse intervalo de quase dez anos foi marcado por uma luta incessante pelos direitos das vítimas do acidente de São Paulo, e também de outras fatalidades que aconteceram no Brasil. Para exercer a função, Sandra se especializou em Direito Aeronáutico.

De acordo com ela, o período amadureceu a relação entre as empresas aéreas e os familiares das vítimas, porém, sobram críticas ao Governo e Aeronáutica. "Não dá para comparar a postura que a Gol teve agora com os familiares das vítimas com a que a TAM teve na época conosco", afirma.

Ela explica: "A TAM teve uma postura de bater de frente. Machucados, expostos, tiramos forças sabe lá Deus de onde. A Gol esteve presente em todos os momentos. Tiveram uma postura bastante sincera e isso diminuiu muito o desgaste com as famílias".

Com relação à Aeronáutica, as reclamações são contundentes. "Há problemas de manutenção com aviões e faltam equipamentos adequados para trabalhos difíceis como o do avião da Gol, que caiu na selva."

Mãe de dois filhos, à época do acidente com 4 e 10 anos, ela hoje dirige um brechó - loja de roupas usadas.

"Foi uma mudança muito radical. Gosto do trabalho que faço e me sinto à vontade aqui", mostra Sandra.





Fonte: Terra

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