Homem que mantinha mulheres reféns se mata e atira na amante
O grupo de choque presente no local acreditava que Gilberto iria se entregar e aguardava sua rendição. Depois de ouvirem quatro disparos da arma, invadiram o local e encontraram o vendedor morto e Andréia em estado grave. A amante foi levada imediatamente para o hospital mais próximo da região.
A ex-mulher de Gilberto, Gilvanete da Silva, foi libertada sem nenhum ferimento.
O comerciante pretendia se entregar após uma visita da mãe. O homem fez na noite passada um jantar às reféns, que mantinha com o intuito de pedir desculpas ao marido traído.
A história se transformou em um drama policial que mobilizou 60 homens, 20 viaturas, ambulância, bombeiro e retroescavadeira. Cada lance da história foi acompanhado de perto por cerca de 200 curiosos que permaneceram de pé, debaixo do sol, em frente à Rua Arroio do Pirajuí.
Segundo amigas da amante Andréia Pereira Santos, de 30 anos, ela foi ao local contar que estava grávida de dois meses. O filho não podia ser do marido, Edson, que teria feito uma vasectomia há seis anos, depois do nascimento da filha mais nova.
Durante a visita, a ex-mulher, Gilvanete da Silva Lima, de 37 anos, chegou e entrou na loja que também servia de casa para Gilberto, desde que havia se separado dela, no início do ano, provavelmente quando começou o caso extraconjugal. No fim da tarde de sexta-feira passada, uma irmã de Andréia foi buscá-la, pouco antes do horário de o marido, Edson, voltar para casa. O amante disse que ela não estava na loja.
A família toda ficou preocupada e chegou a procurar em hospitais e até no Instituto Médico-Legal (IML). Concluíram, enfim, que o amante havia mentido. Com um grupo de amigos, o marido traído voltou à loja e tentou forçar a porta para entrar. Gilberto disparou quatro tiros, e a polícia foi chamada. "Só saio daqui morto e depois de matar as duas", afirmou o vendedor quando os policiais começaram as negociações para libertar as vítimas. A água e a energia elétrica da casa foram cortadas, e o telefone desviado para um canal com o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
Às 13 horas, o vendedor se cansou e um tiro foi ouvido. Houve um corre-corre, mas logo os policiais verificaram que foi acidental e não havia atingido ninguém. Gilberto cochilou com o revólver calibre 38 engatilhado e, ao acordar assustado, disparou. Duas horas depois outro fato novo: uma retroescavadeira da prefeitura chegou para ajudar. Ninguém confirmou o motivo, e o equipamento não chegou a ser usado.
No início da noite passada, com a chegada da mãe do vendedor, começou a falar em se entregar. Segundo o Comandante da Tropa de Choque, coronel Joviano Conceição Lima, o vendedor disse que havia fritado três bifes para ele e as mulheres e se arrependia da confusão.
Comentários