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Economia
Quarta - 06 de Março de 2013 às 11:52
Por: Alexandre Alves

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O estrangulamento da logística de transportes no Brasil – que há alguns anos vem sendo denunciado pelo agronegócio – está com as vísceras expostas nesta semana, quando a safra recorde de soja começa a ganhar as carrocerias das carretas.


Em Mato Grosso, desde o último final de semana, o terminal rodoferroviário da América Latina Logística (ALL) em Alto Araguaia (400 km de Cuiabá) está “estrangulado” com uma fila enorme de caminhões esperando para transbordar os grãos para os vagões. 

Há bitrens que estão três dias parados no acostamento da BR-364. A ALL alega que dois clientes enviaram volume de grãos bem acima do contratado e isso ocasionou o congestionamento.

O Porto de Santos (SP) – importante via de exportação da safra mato-grossense – também está congestionado. Segundo o jornal A Tribuna de Santos, filas de carretas se formam nas rodovias que levam ao terminal graneleiro daquele porto. Os carreteiros também reclamam da demora em ter acesso ao setor de descarga.

Em Paranaguá (PR) a situação não é diferente e carretas formam fila entre o litoral e a capital paranaense. A administração dos portos de Paranaguá e Antonina implantaram a “Operação Safra” para tentar minimizar o impacto da super safra de grãos nos dois portos. 

Emissários dos portos paranaenses fazem caravanas nas rodovias federais pelo interior do Estado, comunicando aos carreteiros quais são os procedimentos operacionais do porto, as regras e as mudanças logísticas para melhorar o fluxo de mercadorias. 

E as filas devem aumentar nas próximas semanas – quando a colheita da soja chega ao auge em Mato Grosso. Com a contribuição do sol – que voltou a aparecer nas principais regiões produtoras do Estado – a colheita ganha ritmo e os agricultores já vão despachando as cargas rumo aos portos.

Gargalo anunciado

O Brasil prevê exportar neste ano uma safra recorde de soja e grandes safras de açúcar e milho, mas há um gargalo rodoviário e portuário. A administração de Paranaguá, mais importante porto graneleiro do Brasil, já disse que está que está "apreensiva" com a supersafra. Além do maior volume de grãos a ser embarcado, a Medida Provisória dos Portos - que está em análise no Congresso - deixa os portuários mal humorados, com possibilidades de paralisações, como já ocorreu na semana passada.

Uma demora maior para embarque no Brasil está transferindo parte das compras de soja feitas pela China para os EUA. "Numa época em que o fluxo a granel é grande por causa da safra, paralisações como essa podem criar todos os tipos de problemas e prejuízos", disse Luiz Henrique Dividino, superintendente da autoridade portuária de Paranaguá.






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