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Internacional
Sexta - 27 de Outubro de 2006 às 08:17

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revelação de que o primeiro-ministro Romando Prodi teve suas declarações de renda espionadas ilegalmente levou aliados e a mídia a culparem "poderes ocultos" e autoridades corruptas pelo escândalo. Os jornais desta sexta-feira falam sobre uma desastrada rede, possivelmente a serviço de autoridades corruptas, no mais recente escândalo do governo italiano.

"Tem cheiro de chantagem, de intimidação, de deslealdade institucional, que não pode acontecer em uma democracia livre, como a nossa", afirmou um editorial de capa do maior jornal italiano, o Corriere della Sera.

Prodi e sua mulher Flavia tiveram suas declarações verificadas ilegalmente diversas vezes, assim como seu antecessor, Silvio Berlusconi, outros chefes de Estado, estrelas do futebol e artistas, de acordo com reportagens publicadas nesta sexta-feira.

Promotores de Milão estão conduzindo uma investigação centralizada em autoridades fiscais e de outras agências estatais.

O jornal La Repubblica, de orientação esquerdista, questionou se a democracia não estaria sendo manipulada por poderes desconhecidos.

"A política está ficando diretamente sob ataque de ''poderes ocultos"'', disse o jornal.

Alguns aliados de Prodi sugeriram abertamente envolvimento do antigo governo de centro-direita de Berlusconi. Mas Giulio Tremonti, um dos políticos mais próximos do ex-premiê e que foi ministro da Economia, disse que o empresário também foi vítima.

"Os dados de Berlusconi e os de sua família foram inspecionados ilegalmente 800 vezes", disse Tremonti.

Berlusconi minimizou a importância do escândalo, que chamou de "cortina de fumaça" para desviar a atenção dos italianos dos problemas que Prodi enfrenta para governar com pequena maioria.

QUEM É QUEM

Os nomes das personalidades italianas investigadas nos últimos dois anos são uma verdadeira lista do tipo "Quem é Quem" na sociedade do país. Entre elas estão um príncipe e um ex-presidente do banco central, Antonio Fazio.

Até mesmo o chefe de espionagem Nicolo Pollari viu suas conversas telefônicas secretas publicadas em jornais italianos por causa do vazamento de registros de vigilância da polícia.

A agência militar de inteligência coordenada por Pollari, a Sismi, está no centro de outros escândalos, incluindo possível ajuda para a CIA sequestrar ilegalmente um suspeito de terrorismo em Milão em 2003, pagamento para jornalistas "plantarem" histórias e espionagem de magistrados.

A polícia prendeu no mês passado um ex-gerente e empregados da empresa telefônica Telecom Italia, em outra investigação sobre supostas escutas para coleta de informação sobre empresários conhecidos.

"A impressão geral que fica é essa: estruturas estatais ajudando autoridades corruptas", disse Anna Finocchiaro, líder de centro-esquerda do Senadod.





Fonte: Terra

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