Ministérios cobiçados por Maggi podem ir para a cota do PMDB
O PR, partido do senador Blairo Maggi, está prestes a perder o comando do Ministério dos Transportes e, de quebra, a possibilidade de assumir o cobiçado Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O presidente estadual do PMDB, deputado federal Carlos Bezerra, confirmou acordo realizado entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e a cúpula nacional da agremiação, para domínio do partido sobre os dois ministérios.
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Wellington Moreira Franco, é indicado da sigla e segundo Bezerra, poderá assumir a chefia do Ministério da Agricultura. A bancada discute no Congresso Nacional representante da Câmara dos Deputados para assumir o Ministério dos Transportes, hoje sob direção do republicano Paulo Sérgio Passos. As amarrações jogam um balde de água fria no PR, que trava batalha silenciosa com o governo federal para conter o avanço do PMDB sobre áreas consideradas emblemáticas de atuação do PR, como a dos transportes.
A guerra velada entre líderes do PR, com exposição de celeuma após veto interno ao nome do senador Blairo Maggi para ocupar o Ministério da Agricultura, facilitou imposição dos peemedebistas que já sinalizam, como Bezerra, com os novos espaços na estrutura governamental.
Mas a articulação da presidente Dilma Rousseff com o PMDB advém das eleições municipais e se consolidou após a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), temido pelos governistas pela linha "independente". O próprio Carlos Bezerra admite que a consolidação dos dois ministérios para o espaço do PMDB faz parte de uma ousada tática do governo para tentar "conter" investidas do partido que podem ser contrárias às matérias desenhadas por Dilma Rousseff.
O assunto já chegou ao PR, que deu início a uma costura urgente para minimizar o impacto da estratégia do PMDB. Fonte do Congresso Nacional informa que a presidente, ciente do cenário conflituoso com o PR, está estudando forma de reorganizar os espaços. Uma tentativa para reengenharia que poderá conceder aos republicanos outro espaço, que não mais o Ministério dos Transportes como prevê o dirigente partidário. Carlos Bezerra, ontem, deu como certa a perda da estrutura na cota do PR.
Paralelamente, líderes do PMDB como Bezerra avaliam as movimentações dos republicanos, mais especificamente, do senador Blairo Maggi. Convidado por líderes da nacional do PMDB para migrar para a sigla, Maggi não decidiu o tema, dependente também da consulta feita junto ao Tribunal Superior eleitoral (TSE), sobre fidelidade partidária. Bezerra não esconde desafeto com o senador republicano. Durante o segundo mandato de Maggi no governo do Estado, Bezerra protagonizou celeuma com o gestor, porque entendeu ter sido o PMDB excluído da estrutura, em que pese o vice-governador, no período, ser Silval Barbosa, atual chefe do Executivo.
Aos poucos, com costumeira habilidade de Silval, as rusgas foram maquiadas. Agora, com a aventada chance de Maggi se filiar ao PMDB, a ferida foi outra vez exposta. O presidente do PMDB avisa que Blairo não conversou com o partido no Estado sobre o assunto e que qualquer decisão, passa por análise partidária. Deu a deixa de que uma migração de Maggi à legenda só será referendada depois de passar por seu crivo.
Maggi conversou por telefone ontem com o presidente do PR, Alfredo Nascimento, e deveriam se reunir, na noite de terça-feira, em Brasília, para entendimentos. Fonte revela que representantes do PR aguardam a posição de Maggi sobre possível desfiliação "para ingressar com pedido de cassação de mandato". O senador mantém estreito relacionamento com a presidente Dilma Rousseff e não está descartado espaço na estrutura governamental para ele, inclusive na cota pessoal da presidente. Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, passa por tratamento de saúde.
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