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Internacional
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 16:18

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As eleições legislativas americanas serão principalmente um referendo sobre a decisão cada vez mais impopular do presidente George W. Bush de invadir o Iraque em 2003.

"O Iraque, mais do que qualquer outra coisa, é o motor desta eleição", resume Larry Sabato, professor de ciências políticas na Universidade de Virginia. Stephen Hess, da Brookings Institution, concorda com esta posição.

Mesmo se a batalha é travada em nível local, as pesquisas confirmam que a questão do Iraque é a que domina o confronto entre os republicanos de Bush e a oposição democrata.

Segundo uma enquete do Pew Center publicada no início de outubro, 51% dos americanos citam o Iraque como um dos temas mais importantes destas eleições, e 58% consideram que a situação não está evoluindo bem.

A insatisfação repercutiu na "guerra contra o terrorismo", um dos temas favoritos de Bush, que se esforça há muito tempo de vincular os dois assuntos, nota Hess. O Iraque "contribuiu para a redução de opiniões favoráveis" sobre a política de Bush contra o terrorismo, ressalta.

A Casa Branca está sendo cada vez mais pressionada para realizar uma mudança no Iraque, pedida não somente pelos democratas mas também por alguns republicanos que temem que o assunto os faça perder as eleições.

Influentes senadores republicanos como Chuck Hagel e John Warner fizeram apelos para uma nova estratégia, num momento em que um relatório da inteligência publicado no mês passado mostrou que a guerra no Iraque alimenta o terrorismo.

De acordo com os meios de comunicação americanos, a comissão especial sobre o Iraque, encarregada de fazer propostas e presidida pelo ex-secretário de Estado republicano James Baker, prepara-se para sugerir importantes mudanças na estratégia americana: ou uma retirada progressiva das tropas americanas do Iraque, ou negociações com o Irã e a Síria.

A Casa Branca descartou até agora qualquer mudança de estratégia, preferindo falar de "ajustes" táticos.

Entretanto, Stephen Hess e Lary Sabato se mantêm prudentes sobre o papel determinante do Iraque nestas eleições. "O nome de George W. Bush não constará das cédulas de voto", lembra Hess.

O Iraque minou a credibilidade dos republicanos sobre as questões de segurança, mas mesmo assim eles ainda se mantêm na frente dos democratas neste quesito, considera Sabato.

Os democratas têm que convencer os americanos de que são capazes de atuar de forma diferente no Iraque, e não apenas de criticar a política republicana no país árabe.

De qualquer forma, mesmo se os democratas vencerem estas eleições, Bush ainda vai ficar dois anos no poder. "O resto do mundo não deve esperar uma mudança radical", alerta Hess.





Fonte: AFP

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