Bolívia cria bônus escolar com dinheiro de nacionalização
"Onze meses atrás, disse que tinha minha primeira-dama. Quando me perguntaram quem era respondi: é a Bolívia. Agora, depois de nove meses (de governo), adotei 1,2 milhão de crianças", disse Morales, que é solteiro, emocionado ao receber delegações de estudantes ao palácio presidencial.
O bônus anual de 200 bolivianos (25 dólares) será pago aos estudantes de primeira a quinta série das escolas públicas do país como incentivo para que eles não abandonem a escola.
Em seu primeiro aniversário como presidente, Morales disse que o bônus será financiado com os recursos da nacionalização dos hidrocarbonetos, decretada em maio, que elevou de 50 para 82 por cento a carga tributária que pesa sobre as principais explorações de gás natural no país.
O bônus, batizado de "Juancito Pinto", em homenagem a um herói mirim boliviano da Guerra do Pacífico, no fim do século 19, contra o Chile, também foi chamado por Morales de um passo na luta contra a pobreza e o analfabetismo.
"Queremos erradicar as carências de que sofrem todos os bolivianos, desde a infância, para que todos tenham condições dignas de vida", disse Morales, lembrando da pobreza em que vivia com sua família na cidade de Orinoca. "Tínhamos de repartir uma laranja entre todos os irmãos, e comíamos até a casca", contou.
A retomada do controle estatal sobre as indústrias de petróleo e de mineração é um dos pilares da política com que Morales pretende pelo menos amenizar a pobreza na Bolívia, que é o país mais pobre da América do Sul, mas possui a segunda maior reserva de gás natural da América Latina, atrás somente da Venezuela.
Morales também está tentando promover a "refundação" do Estado boliviano pela elaboração de uma nova Constituição.
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