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Nacional
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 10:43

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A Polícia Civil de São Paulo recuperou no dia 4 de outubro, 72 obras que haviam sido furtadas de bilbliotecas da Capital e do Rio de Janeiro, entre elas a biblioteca Mário de Andrade de São Paulo, do Itamaraty e da Escola Belas Artes no Rio, entre outros lugares.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, 9 gravuras de um atlas raríssimo de 1712 que haviam sido furtadas da biblioteca do Itamaraty, no Rio, há três anos, estão no meio das obras roubadas.

Os sete mapas e duas alegorias (ilustrações) estavam no casebre do porteiro desempregado Erivaldo Tadeu dos Santos Nunes, na zona sul de São Paulo. Uma única gravura do atlas editado pelo cartógrafo holandês Johanes van Keulen (1654-1715) vale mais do que a casinha do porteiro. A loja The Old Print Shop, de Nova York, oferece uma página avulsa do atlas de Van Keulen por US$ 7.500 (cerca de R$ 16 mil), enquanto a casa que abrigava a obra não atinge mais do que R$ 15 mil.

O atlas é valioso por duas razões: há seis exemplares dele no mundo e foi um dos primeiros guias de rotas marítimas.

O delegado Fernando Gomes Pires prendeu o porteiro no final de setembro com os mapas do Itamaraty, um manuscrito de 1791 de Dona Maria 1ª, conhecida como "a rainha louca", 37 gravuras de Jean-Louis Prévost de 1805 e o livro "Ornithologie Brésilienne", do naturalista francês Jean-Théodore Descourtilz, impresso no Rio de Janeiro em 1855. Uma gravura de Prévost pode custar até 4.800 euros (cerca de R$ 13 mil).

As obras formavam um quebra-cabeça porque ninguém sabia a que instituições pertenciam.

Após três meses de investigação, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os policiais descobriram de quais bibliotecas elas foram furtadas e quem são os ladrões. Quatro pessoas foram indiciadas e uma empresa, a Pabel Livros, do Rio de Janeiro, está sendo investigada.

Todos os indiciados têm uma certa ligação. O porteiro Erivaldo é ex-cunhado do restaurador da biblioteca Mário de Andrade há 25 anos, José Camilo dos Santos. Este disse que guardava as obras para o estudante de biblioteconomia, Ricardo Pereira Machado, que é apontado como o líder da quadrilha. Ele age em parceria com Laéssio Rodrigues de Oliveira, também estudante de biblioteconomia, segundo a polícia.

A Justiça recusou o pedido de prisão da dupla porque furto é considerado um delito de pouca gravidade.

O Itamaraty retirou o conjunto de mapas na última segunda-feira. Um representante da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio vem amanhã para retirar um livro do século 19 sobre pássaros. O maior lote de obras recuperadas pertence à biblioteca do Museu Nacional do Rio, para onde voltaram 49 gravuras.





Fonte: Terra

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