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Internacional
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 10:18

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O presidente francês, Jacques Chirac, disse hoje em Pequim ao presidente chinês, Hu Jintao, a vontade da França de impulsionar mecanismos de colaboração em todos os setores, diante da crescente importância internacional da China.

Em declaração conjunta de nove páginas assinada no Grande Palácio do Povo, os dois líderes afirmam a decisão de fortalecer a cooperação já existente entre seus países e de introduzir outras que dêem resultado a longo prazo.

Entre as últimas, estão os setores do meio ambiente e a ajuda à África, continente que interessa muito à China e onde a França tem experiência.

"No terreno político, ambas as partes se comprometem a multiplicar os encontros, ampliar o diálogo estratégico de qualidade que permitiu fortalecer a cooperação pragmática e buscar acordos em assuntos internacionais de importância", afirma o documento.

"Também confirmamos a intenção de realizar consultas sistemáticas e de trabalhar juntos na solução de crises internacionais, para o estabelecimento de uma ordem caracterizada pelo desenvolvimento sustentável, paz, estabilidade e crescimento econômico", acrescenta.

Em sua quarta visita de Estado à China, Chirac aproveitou o comparecimento conjunto à imprensa, para elogiar o apoio chinês às sanções impostas à Coréia do Norte após o teste nuclear de 9 de outubro, e seu esforço em tentar retomar as negociações multilaterais para conseguir uma península coreana desnuclearizada.

Também destacou a atitude positiva da China ao anunciar sua decisão de participar da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul).

O presidente francês disse concordar com seu colega chinês sobre a necessidade de a crise nuclear do Irã ser resolvida através do diálogo e de Teerã renunciar "ao enriquecimento de urânio, antes de negociar a oferta apresentada pela UE".

Tanto na nota escrita como nas declarações à imprensa, Chirac reiterou que a França reafirma o princípio de "uma única China, e se opõe a qualquer iniciativa que aumente a tensão no Estreito de Taiwan e sua independência".

A defesa do sistema multilateral, regional ou mundial na ONU, cuja reforma é prioritária para aumentar sua eficácia, em relação aos princípios da Carta das Nações Unidas, a criação do Conselho dos Direitos Humanos e os Objetivos do Milênio também são destacados no documento.

Chirac se reuniu depois com o presidente da Assembléia Nacional Popular (ANP), Wu Bangguo, e com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, antes de realizar a conferência "A cooperação franco-chinesa, uma ambição para a paz e o progresso", na Universidade de Beijing.

Os dois presidentes assistiram à assinatura de 14 acordos de cooperação em setores tradicionais e em outros, como meio ambiente, telecomunicações, serviços financeiros, agricultura e agroalimentar.

Pequim e Paris ampliarão a cooperação em áreas como educação (com o intercâmbio de estudantes), energia nuclear, saúde (com a pesquisa de doenças infecciosas), ferroviária e aeronáutica.

Neste último, está o acordo marco assinado hoje para a compra de 150 aviões A-320 da Airbus.

Trata-se do maior pedido obtido pelo fabricante europeu e inclui opções de compra para 20 aviões do modelo A-350, e foi assinado em Pequim por representantes da Airbus e da estatal Corporação Chinesa de Importação e Exportação de Provisões de Aviação.

O acordo abrange também a construção de uma base de montagem de aviões na China.

O compromisso de compra supera a encomenda de 150 aviões A-320 pela China, assinado em dezembro de 2005 durante a visita de Wen Jiabao à França, avaliados em cerca de US$ 10 bilhões na época.

O preço de catálogo do A-320 é de US$ 66,7 milhões, mas o final depende da configuração das aeronaves e das condições da negociação.

Segundo especialistas, a aviação civil chinesa é o mercado com mais potencial de crescimento no mundo, disputado pela Boeing, Airbus e outras empresas como a Embraer e a canadense Bombardier, pois calcula-se que a China precisará de 2.800 aviões nos próximos 20 anos.





Fonte: EFE

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