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Internacional
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 10:10

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O alto representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, pediu hoje a israelenses e palestinos que cumpram o Mapa do Caminho e se encaminhem a um processo de paz para sair da estagnação em que se encontram há seis anos.

"Há uma sensação de estagnação, queremos nos mover para frente, rumo ao diálogo, rumo à esperança", disse Solana, em entrevista coletiva com a ministra de Exteriores de Israel, Tzipi Livni.

"Nós, a partir da UE, agimos para estabilizar a região e a complicada situação, a fim de alcançar uma situação melhor para os dois povos. Definitivamente: dois Estados para dois povos, que vivam em paz e segurança segundo os princípios do Mapa do Caminho", disse Solana.

O Mapa de Caminho foi elaborado em 2003, pelo Quarteto de Madri (EUA, ONU, União Européia e Rússia).

No segundo dia de sua atual viagem pela região, que hoje o levará a Ramala, Solana se reuniu hoje em Tel Aviv com Livni e depois com o vice-primeiro-ministro Shimon Peres.

O alto representante europeu disse que, do ponto de vista da UE, "o Mapa do Caminho continua vivo, e tanto israelenses como palestinos devem cumprir sua primeira fase".

Solana expressou sua preocupação pelas recentes declarações de um ministro israelense dizendo que não se deve desmantelar as centenas de enclaves ilegais criados pelos colonos na Cisjordânia desde 2001, compromisso que Israel assumiu há três anos e que faz parte da primeira fase do programa de paz.

O ato representante da UE disse ser preocupante "ouvir um ministro israelense dizer que não se deve tocar nos enclaves e nos assentamentos", referindo-se aos núcleos que foram criados sem a permissão expressa do Governo israelense - mas com sua conivência - desde o início da Intifada, em setembro de 2000.

Livni disse publicamente que Israel está disposto a erradicar os enclaves e retomar as negociações de paz, quando as circunstâncias permitirem.

"Temos a vontade de desmantelar os assentamentos onde for necessário, mas, infelizmente, a situação no terreno na Faixa de Gaza não nos transmite a mensagem correta", disse, ao se referir à situação na faixa mediterrânea e aos ataques contra Israel.

Israel se retirou da Faixa de Gaza em setembro de 2005, após 38 anos de ocupação, o que gerou esperanças sobre a possibilidade de reabertura do processo de paz.

No entanto, a chegada do movimento islâmico Hamas ao poder - após as eleições democráticas realizadas no início de 2006 - complicou ainda mais a situação, já que o grupo se nega a reconhecer o Estado de Israel e aceitar os acordos assinados até agora.

A ministra israelense disse que, "enquanto o Hamas controlar as vidas (dos palestinos)" é impossível avançar, e se deve reforçar (a autoridade de) o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, com quem Solana se reunirá ainda hoje em Ramala.

Também receberá representantes da sociedade civil palestina e visitará o campo de refugiados de Iskar.

Solana e Livni também falaram sobre o programa nuclear iraniano, sobre o qual a ministra israelense afirmou que "o mundo não pode permitir um Irã nuclear, e é preciso adotar as medidas necessárias para impedir isso".

Livni acrescentou que Israel considera necessária a imposição de sanções ao Irã, "para esclarecer a eles que o mundo não pode aceitar a continuidade de seu programa nuclear".

Solana se limitou a responder que a responsabilidade sobre a questão do Irã é do Conselho de Segurança da ONU, e que o assunto "está sendo tratado e estudado".

O alto representante da UE concluirá hoje sua etapa israelense com duas reuniões no Ministério da Defesa: a primeira com o chefe dos Serviços de Inteligência do Exército, Amos Yadlin, e depois com o ministro da Defesa, Amir Peretz.

Amanhã, Solana viajará ao Líbano, onde se reunirá com o primeiro-ministro, Fouad Siniora, entre outras autoridades, e depois viajará a Amã e Cairo.





Fonte: EFE

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