Conversa com Maggi pode trazer mudanças ao FAT Giro Rural
A concessão do aval do Tesouro às operações com empresas de insumos é parte de um esforço político do governo Lula para arrebanhar votos no setor rural, descontente com a gestão da atual crise de renda no segmento de grãos e na pecuária.
As negociações estavam travadas desde meados deste ano, quando o governo federal aumentou para R$ 3 bilhões o orçamento da linha com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Mas a declaração de apoio de Blairo Maggi à reeleição do presidente Lula, há 15 dias, acelerou as avaliações.
As indústrias reclamam de um "risco excessivo" para refinanciar as dívidas ao longo de cinco anos, como previsto na linha. Os executivos locais dizem ter dificuldades para explicar a operação às suas matrizes, na maioria multinacionais da Europa e dos Estados Unidos.
Ontem, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, foi escalado para conduzir uma reunião entre representantes dos produtores e das empresas. Participaram do encontro dirigentes da indústria de defensivos (Andef e Sindag), fertilizantes (Anda), esmagamento de soja e óleos vegetais (Abiove), além de exportadores de grãos (Anec).
Os produtores foram representados pela Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) e pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). "Foi só um início de conversa", minimizou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edílson Guimarães. Membros da diretoria do BNDES e do Banco do Brasil também estiveram presentes no encontro.
Do orçamento de R$ 3 bilhões da linha FAT Giro Rural para 2006, apenas R$ 1,512 bilhão foram emprestados até outubro. No governo, acredita-se, porém, que o orçamento será insuficiente para uma renegociação global alavancada por um eventual aval do Tesouro. A indústria teria demanda para R$ 200 milhões mensais até o fim deste ano.
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