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Nacional
Quinta - 26 de Outubro de 2006 às 03:10

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Especialistas em engenharia aeronáutica defendem a realização de um recall em helicópteros do tipo Bell com motores fabricados pela Rolls-Royce. Uma aeronave Bell Jet Ranger 3 da Marinha, equipada com este motor, caiu em junho de 2005, no Instituto Bennett, no Flamengo, na capital fluminense, devido a falha mecânica provocada por fadiga e fatura de palhetas do motor, como a reportagem mostrou com exclusividade no domingo. Também no domingo passado, outro helicóptero da mesma marca, um Bell 206 Long Ranger, caiu na capital paulista, ferindo os seis ocupantes.



A causa do acidente que matou os capitães-tenentes Adriano Emerim e André Freitas, 31 anos, foi apontada no Inquérito Policial-Militar (IPM) da Marinha e confirmada pelo laudo do Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA). As investigações concluíram que não houve problemas na manutenção e na condução dos pilotos, mas, sim, deficiência de projeto.

"Se a própria avaliação das Forças Armadas indica defeito na peça, é algo muito sério. As empresas (Bell Helicopter e Rolls-Royce) devem ser acionadas pelo governo brasileiro para que substituam as peças, evitando novos acidentes", defende Evandro Nohara, professor da Universidade de Taubaté (SP) e especialista em material aeronáutico. Para o coordenador do Curso de Engenharia Aeronáutica da USP, Fernando Catalano, todas as aeronaves do modelo precisam ser inspecionadas.

No País, há 81 aeronaves da Bell

Os mesmos modelos de aeronaves usadas por militares brasileiros também servem ao transporte de passageiros civis. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), estão em operação no País 1.005 helicópteros, sendo 81 fabricados pela Bell Helicopter. A maioria sobrevoa o Rio, seguido por São Paulo.

Cinco aeronaves são do mesmo modelo do helicóptero que causou a morte dos pilotos da Marinha e oito, do que desabou na capital paulista. "A Bell e a fabricante do motor, a Rolls-Royce, devem ser responsabilizadas pelo acidente. Após caso como esse, deve ser feito relatório para que todas as aeronaves sejam vistoriadas e as empresas devem ser notificadas para que as aeronaves sejam modificadas", alerta Fernando Catalano, da USP.

Segundo ele, as autoridades brasileiras e órgãos nacionais de aviação devem formular relatório de alerta também para tripulantes, mecânicos e fabricantes. Mesmo procedimento adotado pela agência norte-americana, que restringiu o uso de transponder (sistema de radar) por suspeita de defeito de fabricação. O equipamento era usado no jato Legacy, da Embraer, que se chocou com Boeing da Gol.




Fonte: O Dia

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