Chávez diz que "gostaria" que Bolívia disputasse vaga no CS
Chávez disse em ato oficial em Caracas que, caso surja uma "candidatura de consenso, eu gostaria que fosse a da Bolívia", e que comunicou sua predileção tanto ao representante venezuelano na ONU, Francisco Arias Cárdenas, como ao próprio governante boliviano, Evo Morales.
"Chamei Evo (Morales) e ele me disse ''Chávez, estou contigo até a morte''. Que nobre, viva Evo, viva a Bolívia!", acrescentou o governante venezuelano.
Venezuela e Guatemala disputam o direito de ocupar durante dois anos um dos dois postos não-permanentes que correspondem à América Latina no Conselho de Segurança, mas depois de 35 rodadas de votação, nenhum dos dois candidatos alcançou dois terços dos votos, necessários para a eleição.
Evo Morales anunciou na terça-feira em El Alto, cidade próxima a La Paz, que Chávez o havia comunicado sobre a decisão de "ceder" a candidatura à Bolívia, já que a Venezuela não obteve, depois de 35 votações, os votos necessários para conquistar o posto.
Posteriormente, o presidente boliviano afirmou que é possível que seu país seja candidato de consenso da Venezuela e da Guatemala, em declaração à rede de televisão americana "CNN".
Chávez, após admitir ser "muito difícil" que a Venezuela chegue ao assento não-permanente no Conselho de Segurança, sustentou que seu país obteve uma "grande vitória moral" porque evitou ser "humilhado pelo império".
O líder venezuelano ressaltou que, depois de 35 votações, o país "conseguiu consolidar entre 75 e 80 votos de países que estão respaldando a Venezuela solidamente", entre eles "a China, que tem 1,3 bilhão de habitantes, a grande Rússia, que se levantou de novo, e 80% dos países latino-americanos e caribenhos".
O chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, disse esta manhã que a Venezuela "mantém" sua aspiração a um posto no Conselho de Segurança, embora esteja disposta a apoiar a Bolívia como candidato de consenso, caso a Guatemala renuncie a sua candidatura.
"Caso a Guatemala retire sua candidatura e haja um país de consenso, nos parece que a Bolívia reúne as condições (para ser esse candidato) por ser um país da América do Sul que tem uma política externa sul-americanista, latino-americanista, que contempla os grandes objetivos do mundo multipolar, e por ser uma voz independente", disse Maduro.
O chanceler da Venezuela destacou em declarações feitas em Nova York à estatal "Venezolana de Televisión" que esta tarde serão retomadas as votações, em que a "Venezuela esteve firme, com um grupo de apoio muito sólido de um conjunto de países que resistiu a todas as pressões".
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