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Internacional
Quarta - 25 de Outubro de 2006 às 13:30

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O ex-ditador chileno Augusto Pinochet mantinha ocultas em um banco de Hong Kong 9 toneladas de ouro em lingotes, calculadas de forma preliminar em US$ 160 milhões, segundo dois jornais chilenos, que citam fontes judiciais.

O depósito, segundo os jornais "El Mercurio" e "La Nación", estava em nome de Augusto Pinochet Ugarte no HSBC e foram as autoridades de Hong Kong que informaram o Chile de sua existência, através do Ministério de Relações Exteriores.

O ministro das Relações Exteriores, Alejandro Foxley, confirmou a veracidade da informação e informou que os antecedentes foram recebidos "há vários dias através de alguma de nossas missões diplomáticas no exterior".

"Não é uma informação oficial ainda, mas, pelo menos, merece ser levada em conta nos tribunais", disse o chanceler chileno à rádio "Cooperativa".

Foxley acrescentou que o ministério já enviou aos tribunais cópias dos documentos recebidos e se disse certo de que, "em breve", serão ditadas medidas cautelares para garantir a recuperação do ouro.

O Conselho de Defesa do Estado (Procuradoria) iniciou gestões na terça-feira nos tribunais para que o ouro seja retido.

Pinochet é processado no Chile por fraude ao fisco e falsificação de passaportes, após ser revelado que mantinha várias contas secretas no exterior, principalmente no Banco Riggs, dos EUA, nas quais acumulou uma fortuna calculada até agora em US$ 26 milhões.

O processo está atualmente paralisado, enquanto se resolve um recurso da defesa do ex-ditador (1973-1990) para inabilitar o juiz encarregado do caso, Carlos Cerda, acusado de ser parcial.

O magistrado está sendo substituído provisoriamente pelo juiz Juan González, a quem os promotores entregaram os antecedentes enviados por Hong Kong e pediram que tramite a retenção do depósito.

No entanto, já que não podem ser apresentados novos elementos no caso, o juiz González está impedido de decretar diligências, salvo que seja ordenada pelo seu superior hierárquico, neste caso a V Sala da Corte de Apelações de Santiago.

Em 2004, o juiz espanhol Baltasar Garzón pediu ao HSBC informações sobre possíveis contas do ex-ditador chileno.

Na semana passada, a Justiça chilena recebeu um precatório do magistrado espanhol para que Pinochet seja interrogado em relação a transferências de dinheiro que foram feitas de suas contas do Banco Riggs para o Chile enquanto estava vigente um embargo internacional a sua fortuna, decretado pelo juiz Garzón.

Garzón também pediu que sejam interrogados Lucía Hiriart, a esposa de Pinochet, e Oscar Aitken, seu ex-testamenteiro.

Perguntado sobre o ouro pelo jornal "El Mercurio", o gerente de assuntos externos do HSBC, Gareth Hewett, se limitou a afirmar: "Sem comentários". "Não posso confirmar nem desmentir", acrescentou, diante da insistência dos jornalistas.





Fonte: EFE

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