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Educação/Vestibular
Quarta - 25 de Outubro de 2006 às 04:39
Por: Josi Costa

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Sem salário há quatro meses, a professora Patrícia Silva Leite faltou na Escola Professor Nilo Póvoas, em Cuiabá, na terça (22). Sem dinheiro até mesmo para o passe de ônibus, Patrícia vai trabalhar de carona com a vizinha, que havia viajado nesse dia. Na mesma situação tem outros 600 professores só na Capital, porque o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) suspendeu o pagamento da categoria com base em suspeitas de irregularidades apontadas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE).

A subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) aguarda parecer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o impasse. Segundo a presidente da subsede, Helena Bortolo, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) assumiu o compromisso de pagar, em novembro, 2,5 mil profissionais contratados em fevereiro. Quem está na rede desde julho ou renovou contrato nessa época depende da decisão do TSE.

Segundo Helena, a entidade entrou com ações na Justiça do Trabalho na quarta (18) e aguarda a audiência. "Tem professores abandonando as salas de aula. As faltas colocam em risco o fechamento do calendário escolar", analisa a sindicalista.

Patrícia ainda não mudou de emprego porque não encontrou. Nessa época escolas não mudam professores. "Trabalhar e não receber é um trabalho escravo. Estou com quatro meses de aluguel atrasado. Não tenho dinheiro para o ônibus e tenho ido de carona com minha vizinha", relata, indignada. Com o atraso, a professora deixou de receber cerca de R$ 1,8 mil. "Tenho dó de deixar os alunos agora", pondera. "O leite do meu filho de um ano (Cauã) não espera", desabafa Patrícia, ao confidenciar que tem restado R$ 320 para viver, que recebe de um contrato mais antigo de 14 aulas.

É o marido e músico Edésio Sena Júnior quem banca as despesas de Kelly Cristina Francelino, 34, desde julho, quando ela foi contratada para receber R$ 726, por mês. "Fiz dívida com esse salário, mas não recebi ainda", reclama, mas afirma que não vai deixar as aulas. Ambas são professoras de Língua Portuguesa, no Ensino Médio.

Na sexta (20), representantes do Sintep Seduc foram a Brasília (DF) e se reuniram com o vice-procurador geral da República, Francisco Xavier Pinheiro e o ministro Carlos Augusto Ayres de Freitas Britto, do TSE.

A comissão foi à última instância pela urgência em atualizar o salário de aproximadamente 5 mil profissionais da educação, no Estado. Em Lucas do Rio Verde, 70% estão sem salário.




Fonte: A Gazeta

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