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Venezuela apóia candidatura da Bolívia a Conselho da ONU
O presidente boliviano, Evo Morales, disse nesta terça-feira que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, convidou a Bolívia para se candidatar a uma vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU no lugar da sua candidatura. Para a Venezuela, a Bolívia “deve ser candidato de consenso”
A Venezuela vem disputando com a Guatemala a vaga rotativa da América Latina no Conselho, mas após 35 rodadas de votação, nenhum dos dois países conseguiu o número de votos necessário para ocupar o assento.
“O comandante Chávez me ligou nesta manhã e disse que ele não poderia conseguir os dois terços dos votos necessários (na Assembléia Geral da ONU) para o Conselho de Segurança. Chávez disse que ele vai deixar a candidatura para a Bolívia. Nós somos candidatos ao Conselho de Segurança”, afirmou Morales, durante um discurso na cidade de El Alto, nas proximidades de La Paz.
O embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, Francisco Arias Cárdenas, disse à BBC Brasil que, frente ao “impasse provocado pelas pressões dos Estados Unidos, polarizando a disputa”, para a Venezuela o candidato de consenso deve ser a Bolívia.
“Nos reunimos ontem para discutir um candidato de consenso. A proposta da Guatemala é que a Costa Rica seja a candidata. Nossa contraproposta é a candidatura da Bolívia”, afirmou Arias Cárdenas.
Para o embaixador venezuelano na ONU, a Bolívia está desenvolvendo “um projeto de governo com autonomia”, o que a seu ver, é “fundamental” para levar à discussão a reforma das Nações Unidas, uma das principais propostas defendidas pela candidatura venezuelana.
“Temos toda a disposição para aceitar uma candidatura racional, longe das pressões dos EUA. Não aceitaremos chantagem. O candidato de consenso deverá ser decidido pelos países do Sul, não pelos EUA”, disse Arias Cárdenas.
A Guatemala, no entanto, não concorda com a indicação da Bolívia como "candidato de consenso".
O ministro do Exterior da Guatemala, Gert Rosenthal, disse que seu país não foi consultado e que a medida era, aparentemente, "uma decisão unilateral da Venezuela".
Assento dividido
Outra possibilidade que poderá ser debatida nesta quarta-feira com o Grupo de Países Latino-americanos e do Caribe (Grulac), antes do início da votação na Assembléia Geral, é a de que Venezuela e Guatemala dividam o mandato no Conselho de Segurança.
Nesse caso, cada país assumiria durante um ano o posto de membro não-permanente.
“Se isso acontecer será uma demonstração de autonomia do governo da Guatemala. Um exemplo frente à imposição que os EUA pretendem exercer sobre esse país”, afirmou o embaixador venezuelano na ONU.
O chanceler brasileiro Celso Amorim disse em entrevista coletiva, ao reiterar o apoio do Brasil à candidatura da Venezuela, que os países deveriam trabalhar para chegar a um consenso no qual “não exista ganhadores nem perdedores”.
Na América Latina, apóiam a candidatura venezuelana os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), Bolívia, Cuba e os 15 países que compõem o Caricom (Mercado Comum e Comunidade do Caribe).
México, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Costa Rica e Colômbia apoiaram publicamente a Guatemala.
Os Estados Unidos vêm movendo uma forte campanha para a candidatura guatemalteca, argumentando que a Venezuela vai tornar as votações no Conselho inviáveis com sua oposição sistemática.
Havia a expectativa na sexta-feira, dia da última votação sem sucesso, que a pausa fosse utilizada por países latino-americanos e caribenhos para chegar a um acordo para o impasse, com o qual diplomatas da ONU já demonstraram irritação.
A América Latina é a única região que ainda não definiu o ocupante da vaga aberta à votação neste ano - cada região tem duas vagas rotativas, que são eleitas em anos alternados para mandatos de dois anos.
O país eleito ocupará o lugar da Argentina - o Peru só deixa seu assento no ano que vem.
Até a declaração de Morales, Costa Rica, Panamá e Uruguai eram os países mais cotados possíveis candidatos, no caso do abandono das candidaturas de Guatemala e Venezuela.
Em 1979, uma disputa entre Cuba e Colômbia levou três meses para ser resolvida e acabou dando o lugar ao México, que se propôs como nome de consenso.
O Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha e França) e dez rotativos (com mandatos de dois anos), que se distribuem entre os blocos regionais – África, América Latina, Ásia e Europa.
A Venezuela vem disputando com a Guatemala a vaga rotativa da América Latina no Conselho, mas após 35 rodadas de votação, nenhum dos dois países conseguiu o número de votos necessário para ocupar o assento.
“O comandante Chávez me ligou nesta manhã e disse que ele não poderia conseguir os dois terços dos votos necessários (na Assembléia Geral da ONU) para o Conselho de Segurança. Chávez disse que ele vai deixar a candidatura para a Bolívia. Nós somos candidatos ao Conselho de Segurança”, afirmou Morales, durante um discurso na cidade de El Alto, nas proximidades de La Paz.
O embaixador da Venezuela nas Nações Unidas, Francisco Arias Cárdenas, disse à BBC Brasil que, frente ao “impasse provocado pelas pressões dos Estados Unidos, polarizando a disputa”, para a Venezuela o candidato de consenso deve ser a Bolívia.
“Nos reunimos ontem para discutir um candidato de consenso. A proposta da Guatemala é que a Costa Rica seja a candidata. Nossa contraproposta é a candidatura da Bolívia”, afirmou Arias Cárdenas.
Para o embaixador venezuelano na ONU, a Bolívia está desenvolvendo “um projeto de governo com autonomia”, o que a seu ver, é “fundamental” para levar à discussão a reforma das Nações Unidas, uma das principais propostas defendidas pela candidatura venezuelana.
“Temos toda a disposição para aceitar uma candidatura racional, longe das pressões dos EUA. Não aceitaremos chantagem. O candidato de consenso deverá ser decidido pelos países do Sul, não pelos EUA”, disse Arias Cárdenas.
A Guatemala, no entanto, não concorda com a indicação da Bolívia como "candidato de consenso".
O ministro do Exterior da Guatemala, Gert Rosenthal, disse que seu país não foi consultado e que a medida era, aparentemente, "uma decisão unilateral da Venezuela".
Assento dividido
Outra possibilidade que poderá ser debatida nesta quarta-feira com o Grupo de Países Latino-americanos e do Caribe (Grulac), antes do início da votação na Assembléia Geral, é a de que Venezuela e Guatemala dividam o mandato no Conselho de Segurança.
Nesse caso, cada país assumiria durante um ano o posto de membro não-permanente.
“Se isso acontecer será uma demonstração de autonomia do governo da Guatemala. Um exemplo frente à imposição que os EUA pretendem exercer sobre esse país”, afirmou o embaixador venezuelano na ONU.
O chanceler brasileiro Celso Amorim disse em entrevista coletiva, ao reiterar o apoio do Brasil à candidatura da Venezuela, que os países deveriam trabalhar para chegar a um consenso no qual “não exista ganhadores nem perdedores”.
Na América Latina, apóiam a candidatura venezuelana os países do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai), Bolívia, Cuba e os 15 países que compõem o Caricom (Mercado Comum e Comunidade do Caribe).
México, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Costa Rica e Colômbia apoiaram publicamente a Guatemala.
Os Estados Unidos vêm movendo uma forte campanha para a candidatura guatemalteca, argumentando que a Venezuela vai tornar as votações no Conselho inviáveis com sua oposição sistemática.
Havia a expectativa na sexta-feira, dia da última votação sem sucesso, que a pausa fosse utilizada por países latino-americanos e caribenhos para chegar a um acordo para o impasse, com o qual diplomatas da ONU já demonstraram irritação.
A América Latina é a única região que ainda não definiu o ocupante da vaga aberta à votação neste ano - cada região tem duas vagas rotativas, que são eleitas em anos alternados para mandatos de dois anos.
O país eleito ocupará o lugar da Argentina - o Peru só deixa seu assento no ano que vem.
Até a declaração de Morales, Costa Rica, Panamá e Uruguai eram os países mais cotados possíveis candidatos, no caso do abandono das candidaturas de Guatemala e Venezuela.
Em 1979, uma disputa entre Cuba e Colômbia levou três meses para ser resolvida e acabou dando o lugar ao México, que se propôs como nome de consenso.
O Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Rússia, Grã-Bretanha e França) e dez rotativos (com mandatos de dois anos), que se distribuem entre os blocos regionais – África, América Latina, Ásia e Europa.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/266000/visualizar/
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