Protesto pede acordo humanitário com as FARC
Famílias de seqüestrados, representantes de ONGs, sindicalistas, comunistas e outros militantes de esquerda se reuníram na praça Bolivar para pedir ao presidente Uribe que não use a força para libertar os reféns.
Carregando cartazes com as inscrições "Não à liberdade pelo fogo e pelo sangue", ou "Não à liberdade pela força", os manifestantes foram até o palácio presidencial de Narino.
"Espero que Uribe fique sensibilizado com a manifestação", declarou Yolanda Pulecio, a mãe da franco-colombiana Ingrid Betancourt, mantida em cativeiro pelas FARC. "Sinto que Ingrid está viva, mas corre risco. O presidente não tem o direito de brincar com a vida de tantos colombianos", disse ela à AFP.
Em 20 de outubro, no dia seguinte a um atentado com carro-bomba contra a Universidade de Bogotá, Uribe anunciou que o tempo das negociações havia acabado e que pediria ao exército liberar os reféns à força, para o desespero das famílias.
"O carro-bomba acabou com as esperanças de acordo humanitário", lamentou a mãe de um policial mantido em cativeiro pelos rebeldes há oito anos.
Enquanto isso, militantes comunistas entoavam o slogan: "Uribe fascista, você é um terrorista".
"Penso que o protesto nacional deve se dirigir aos bandidos das FARC para exigir que eles libertem os reféns", declarou Uribe na manhã desta terça-feira. "Me solidarizo completamente com essas famílias, compartilho sua dor", prosseguiu, acrescentando que ele mesmo tinha "sobrevivido aos atentados das FARC".
As FARC pedem a libertação de 500 rebeldes presos em troca de 58 reféns, entre eles personalidades políticas e militares, além de três americanos e Ingrid Betancourt, ex-candidata presidencial pelo partido Verde seqüestrada em 23 de fevereiro de 2002.
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