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Economia
Terça - 24 de Outubro de 2006 às 08:25
Por: Marianna Peres Franco

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A maior geradora de energia do Estado, a termoelétrica de Cuiabá, continua parada por falta de uma matriz energética que permita uma geração de pelo menos 135 megaWatts (MW), carga mínima dos 520 MW instalados. Ao contrário do anunciado pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, na última quinta-feira em Cuiabá, o compressor da estação boliviana não foi consertado até ontem. Mesmo autorizada a funcionar a óleo diesel, o combustível ainda não foi disponibilizado por Furnas e Eletrobrás, conforme o acertado durante a visita do ministro no dia 19. Enquanto o gás natural e nem o diesel chegam à usina, a diretoria da Empresa Produtora de Energia (EPE), operadora da planta, afirma que está preparada para retomar a atividade. As alterações técnicas para geração a diesel estão prontas há mais de um mês. “Esperamos que o combustível chegue aqui para nós, pois a responsabilidade sobre a entrega e sobre os custos cabe às duas empresas, conforme anunciou o ministro”, aponta o responsável por assuntos regulatórios da EPE, Fábio Garcia. O executivo explica que mesmo com a expectativa frustrada sobre a retomada da geração neste início da semana, a EPE compartilha da previsão de mercado que aponta que entre hoje e amanhã o compressor da estação boliviana de Rio Grande volte a operar. Caso haja fornecimento de gás natural contínuo hoje e amanhã, a usina terá condições de gerar energia ainda nesta quinta-feira. “Estamos disponíveis e à espera de uma matriz energética”, sentencia Garcia. Durante visita à Capital, o ministro se ateve a discussões técnicas a respeito da falta de gás natural ao Estado e disse que o restabelecimento ocorreria tão logo o reparo do compressor fosse realizado até o dia 21, tempo para que a Petrobras instalasse e testasse um novo equipamento que foi importado pela estatal. Como o prazo não foi cumprido, tecnicamente a estação permanece com a capacidade de bombeamento ao Gasoduto Bolívia-Brasil reduzida em menos 6 milhões de metros cúbicos (m³), de uma capacidade total de compressão de 32,5 milhões/m³. Como explica Garcia, o compressor que está substituindo o equipamento avariado tem uma capacidade inferior ao titular, serão restabelecidos 4 milhões/m³. “Com a avaria a capacidade de bombeamento reduziu a 26,5 milhões/m³. Com o novo equipamento os despachos vão somar 31 milhões/m³, volume próximo à capacidade e, portanto, tecnicamente, não há motivos para manter o corte ao Estado”. A estação de Rio Grande conta com quatro compressores, dois em operação e dois inoperantes, sendo um sobressalente. GERAÇÃO A DIESEL -- Conforme anunciou o ministro Silas Rondeau, Furnas e Eletrobrás vão arcar com um custo de cerca de R$ 1,6 milhão ao dia, para suprir a necessidade de cerca de 800 mil litros de diesel/dia (um produto com refino diferenciado) para a geração de 135 MW, carga suficiente para reduzir a vulnerabilidade do sistema elétrico da Baixada Cuiabana. Os custos a diesel são cerca de sete a dez vezes mais onerosos em relação ao dispêndio com o gás natural. As assessorias de Furnas e da Eletrobrás não retornaram até o fechamento. Desde que a usina paralisou a geração diária no dia 30 de agosto, a região vem sendo abastecida por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN) e neste período dois blecautes atingiram cerca de 37 mil consumidores (cada apagão). Ambos em horário de pico, sendo o primeiro no dia 1º de setembro, por pouco mais de 11 minutos, e o segundo no último dia 10, por quase meia hora.




Fonte: Diário de Cuiabá

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