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Internacional
Terça - 24 de Outubro de 2006 às 08:00

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A China puniu 17.505 funcionários públicos nos primeiros oito meses deste ano por corrupção, de acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua. A notícia é divulgada nesta terça-feira, em um momento em que se realiza uma grande investigação em Xangai sobre a apropriação indébita de vastas somas de recursos do fundo de pensão da cidade.

O escândalo já levou à demissão do ex-chefe do Partido Comunista, Chen Liangyu, entre outros.

Ling Baoheng e Wu Hongmei, da Comissão de Supervisão e Administração de Bens do Estado, estão sendo interrogados, de acordo com a agência de notícias Associated Press.

Um total de 67.505 funcionários públicos já foram punidos na China por corrupção desde o começo de 2003.

"Estes dados de punições mostram que os promotores do país estão determinados a erradicar a corrupção", disse Wang Zhenchuan, vice-chefe da promotoria da China à Xinhua.

O governo está tentando combater a corrupção desenfreada, temendo que ela possa enfraquecer o domínio do Partido Comunista.

O promotor-chefe da China, Jia Chungwang, disse em uma conferência sobre corrupção nesta semana em Pequim que o problema, "se não for controlado, vai minar a democracia e o estado de direito e promover um aumento do crime organizado e do terrorismo".

Xangai

O caso mais divulgado de corrupção nos últimos meses é a investigação em andamento em Xangai, sobre o desvio de milhões de dólares.

Mais de 50 pessoas foram detidas até agora por envolvimento no escândalo, de acordo com um jornal de Hong Kong, inclusive vários empresários, entre eles um dos homens mais ricos do país, Zhang Rongkun.

O organizador de corridas de Fórmula Um na China, Yu Zhifei, foi interrogado pelas autoridades, o chefe do departamento de estatística do país, Qiu Xiaohua, foi removido do posto.

Mais de cem investigadores do governo central foram enviados para Xangai para investigar o paradeiro de recursos da ordem de US$ 1,25 bilhão, que desapareceram do fundo de segurança social.

Os fundos, supostamente, foram utilizados para empréstimos ilegais e investimentos em imóveis e em infraestrutura.

O escândalo de corrupção expõe vários problemas enfrentados na China, de acordo com o correspondente da BBC em Xangai, Quentin Somerville.

Os tribunais não funcionam com independência e não se teve mais notícia de quase todos os detidos em Xangai.

Auditores e investigadores de corrupção têm ação limitada, e os elementos que costumam expor corrupção, tais como uma imprensa livre e eleições transparentes e regulares, não existem, afirmou Somerville.





Fonte: BBC Brasil

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