Diagnóstico precoce auxilia a cura
Na avaliação do dentista e patologista Artur Aburad de Carvalho, a diferença nas estatísticas já é resultado da Lei Estadual 8.342, em vigor desde junho de 2005, que instituiu políticas de atenção básica às doenças da boca e da face. Entre elas, a inauguração do Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais (Ceope), ao lado do Hospital do Câncer (HC), em Cuiabá; a qualificação de aproximadamente 250 dentistas, em todo Estado, e a centralização das biópsias de câncer bucal no MT Laboratório.
O alto índice de descoberta tardia - de até 8 em cada 10 pacientes - atribui-se à demora entre o surgimento da doença e o diagnóstico correto. Carvalho insiste que MT está à frente, já que a preocupação mundial com a doença é conseguir diagnosticar os casos o mais cedo possível.
Até 2004, era o Hospital Geral que fazia a maioria dos diagnósticos e os números oscilaram entre 12 e 35. Somente de janeiro a julho deste ano, 40 casos de tumor maligno foram descobertos através do Ceope. "Melhorou a notificação porque já temos mais gente preparada para fazer o diagnóstico precoce. Sem isso, não tem cura. Se o tumor ainda não se espalhou é mais fácil a cura", insiste, ao lembrar que esse tipo de câncer mata mais que o de colo uterino.
O preparo, segundo ele, começa pela orientação dos agentes do Programa de Saúde da Família (PSFs), em cada comunidade. Os casos são encaminhados para consultas com especialistas do Ceope e, se a doença for confirmada, o paciente é submetido a tratamento no Hospital do Câncer (HC). Entusiasmado pelos resultados do programa, Carvalho acrescenta que a descoberta do tumor em fase inicial reduz ou até elimina a necessidade de tratamento quimioterápico e radioterapia, além de permitir uma área menor de tecido lesado.
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