Caracas e Pequim criarão fundo de US$ 6 bilhões
O Banco de Desenvolvimento da China aportará US$ 4 bilhões e o Governo da Venezuela US$ 2 bilhões ao chamado Fundo Pesado de Financiamento, informou o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, em comunicado.
A decisão de formar o fundo bilateral foi tomada no domingo durante uma reunião entre altos funcionários venezuelanos e uma missão do banco chinês que está de visita a Caracas, de acordo com a informação oficial.
O fundo financiará na Venezuela a construção de uma rede nacional ferroviária, estradas, rodovias e casas, indicou Maduro.
Além disso, o chanceler destacou que a "aliança" renovada entre a Venezuela e a China é em "benefício da construção de um mundo pluripolar", o "único" modelo que, segundo sua opinião, permitirá "que haja um mundo de paz, de equilíbrio, de desenvolvimento, de relações de benefício mútuo com base na complementaridade, solidariedade e na cooperação".
A constituição do Fundo Pesado de Financiamento foi proposta pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, em agosto durante sua quarta visita oficial à China.
A criação desse mecanismo faz parte de um "plano integral" entre ambos os países que inclui "o intercâmbio com a China de conhecimento científico, programas de formação na área agrícola e a fundação de uma Academia de Ciência", disse Maduro.
Entre os acordos que Chávez assinou durante sua última visita à China destacam-se o fornecimento de 500.000 barris de petróleo a médio prazo ao gigante asiático, assim como a construção de superpetroleiros para o grupo estatal Petróleos da Venezuela SA (PDVSA).
Também se ratificaram convênios relacionados com a construção do satélite "Simón Bolívar", que será colocado em órbita em 2008, e outros de assessoria e transferência de tecnologia nos setores ferroviário e agroalimentar.
Desde 1999, quando Chávez assumiu o Governo, a Venezuela impulsionou sua relação com a China com 148 acordos, frente aos 37 subscritos em exercícios anteriores.
O governante esquerdista venezuelano qualifica de "absolutamente complementar" a relação bilateral com o argumento de que a China é um dos maiores consumidores do mundo e a Venezuela um dos maiores produtores de petróleo, o quinto do planeta.
O intercâmbio comercial entre Venezuela e China totalizou US$ 2,141 bilhões em 2005, segundo dados oficiais do Governo venezuelano, que aspira elevar esse número para US$ 3 bilhões este ano.
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