Grã-Bretanha dará bolsas para atrair 'cérebros' do mundo
O objetivo do programa é competir com outros esquemas de financiamento de ciência de renome mundial, como as bolsas Rhodes, dos Estados Unidos, e a fundação Humboldt, da Alemanha.
A entidade Royal Society, uma das instituições mais antigas da Grã-Bretanha de apoio à ciência, deve aumentar a verba do seu programa de bolsas, atualmente com orçamento de 100 milhões de libras (cerca de R$ 400 milhões).
“A ciência tem sido um dos segredos mais bem guardados da Grã-Bretanha. Eu quero mudar isso”, afirma o ministro para Indústria e Comércio britânico, Alistair Darling.
Os detalhes do programa devem ser anunciados nesta segunda-feira pelo ministro.
Crise
O problema está sendo anunciando em um momento considerado de crise para as universidades britânicas.
Vários departamentos científicos das faculdades tiveram de fechar recentemente, porque a verba do governo está muito concentrada nas universidades com maior prestígio, segundo as regras atuais de financiamento.
“Para ser o melhor, você precisa trabalhar com o melhor. Esse novo esquema pretende atrair os melhores da ciência para a Grã-Bretanha”, afirma Darling.
O governo britânico cita como modelo a fundação Humboldt, da Alemanha, que já financiou mais de 20 mil cientistas e produziu 35 ganhadores do Prêmio Nobel.
Desde 1997, o orçamento anual do governo para ciência aumentou de 1,3 bilhões de libras (R$ 5,2 bilhões) para 3,5 bilhões (R$ 140 bilhões) – um incremento de quase 170%.
No entanto, a entidade não-governamental Science Community Partnership Supporting Education (sigla Score, em inglês) manifestou preocupação com o futuro do ensino de ciência nas escolas britânicas.
A entidade cita como exemplo a procura pela disciplina de física nas faculdades entre os alunos com melhores notas, que caiu drasticamente desde 1991. A Score recomenda que o governo promova o interesse pela ciência nas escolas.
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