Microsoft doa US$ 300 mil a ex-paramilitares colombianos
O anúncio, feito pelo governo colombiano, veio depois de um encontro em Nova York, onde o presidente Álvaro Uribe pediu ajuda ao presidente da Microsoft, Bill Gates, na reintegração econômica de 30 mil soldados liberados dos serviços militares. Frank Pearl, encarregado de Uribe pela geração de um setor privado de emprego dos ex-combatentes, afirmou que, com o dinheiro, oito centros de treinamento serão abertos nos próximos três anos, oferecendo treinamento de trabalho gratuito para mais de 2 mil pessoas, conforme noticiou o site HeraldToday.com.
"O fato de uma companhia americana estar interessada em ajudar o processo de paz colombiano de forma tão duradoura, manda uma mensagem importante para o meio empresarial da Colômbia", aposta Pearl, que também foi responsável pela maior empresa colombiana, Valorem SA.
A doação, feita em dinheiro (US$ 234 mil) e softwares (US$ 77 mil), foi anunciada no palácio presidencial, e ajudará a desenvolver um banco de dados de empregos, com o registro de ambições de carreira dos ex-soldados e o cruzamento com as ofertas e necessidades dos empregadores.
Mesmo com a devolução de suas armas como parte de um tratado de paz de 2003, muitos paramilitares tiveram problemas para encontrar trabalho por conta de seu passado violento e também pela falta de educação. Diversos grupos de direitos humanos e as Nações Unidas dizem que muitos voltaram ao crime, formando gangues armadas voltadas para o tráfico de drogas e extorsão. Aqueles que obedecem aos votos pacíficos, devem sobreviver de um salário do governo de US$ 150.
De acordo com o site Business Week, durante os anos 80, fazendeiros financiaram a criação de uma milícia colombiana para proteger suas terras de ataques de rebeldes colombianos em uma guerra civil. Desde então, as milícias se transformaram em organizações criminais, às quais são atribuídos os maiores massacres de civis na história do país. Os Estados Unidos acusam o grupo paramilitar colombiano "Autodefensas Unidas de Colombia" (AUC), criado em 1997 para defesa de seus patrocinadores, de ser uma organização terrorista, responsável pelos maiores traficantes de cocaína do país.
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