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Internacional
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 08:01

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A população do Panamá aprovou com ampla maioria um ambicioso projeto para expandir o famoso canal do país, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, e é considerado uma das rotas marítimas mais importantes do mundo.

Segundo o Tribunal Eleitoral, com 96.33% dos votos contados, 78.06% apoiaram o plano em plebiscito realizado domingo.

O comparecimento às urnas, contudo, foi de apenas 42% dos eleitores.

Mesmo antes do anúncio do resultado final, o presidente do Panamá, Martin Torrijos, comemorou a decisão com uma exibição de fogos de artifício.

"Nunca na história do país nós, panamenhos, tomamos uma decisão desta magnitude", disse Torrijos.

"Nós lançamos as bases para construir um país melhor."

Alguns navios modernos que transportam contêineres já não conseguem fazer a travessia do canal, que foi inaugurado em 1914 e tem 80 quilômetros de extensão.

O projeto, cujo custo é estimado entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, dobraria a capacidade do canal.

As autoridades panamenhas e a empresa que administra o canal querem abrir uma nova linha de cada lado da já existente.

A previsão é que as obras comecem em meados de 2007 e, calcula-se, deverão ser concluídas num prazo de cinco a sete anos.

Argumentos

Defensores da expansão do canal dizem que ela trará amplos benefícios para o país, inclusive a criação de milhares de empregos diretos e indiretos.

Mas críticos da idéia afirmam que ela vai endividar ainda mais o Panamá, e que podem surgir muitas oportunidades para corrupção.

Segundo eles, os recursos seriam melhor aplicados no auxílio aos pobres do Panamá, que, segundo algumas estimativas, podem englobar 60% da população.

O aumento da arrecadação com o uso do canal deverá cobrir parte dos custos, mas, se confirmado, o projeto necessitará ainda de US$ 2,3 bilhões em empréstimos.

Tráfego

Uma média de 40 navios atravessam o canal diariamente - cerca de 5% do tráfego marítimo mundial.

No ano passado, cerca de 200 milhões de toneladas de carga foram transportadas pelo canal - na maioria derivados de petróleo, grãos e carga.

O tráfego de navios entre a Ásia e a costa leste dos Estados Unidos responde por mais de 40% do movimento total no canal.

O uso da travessia vem se tornando tão intenso nos últimos anos que as embarcações que usam o canal enfrentam com freqüência atrasos que têm um custo alto.

O correspondente da BBC na Cidade do Panamá, Duncan Kennedy, disse que o canal só consegue atender a navios com um máximo de 5 mil contêineres. Atualmente, embarcações transportam até o dobro desse número.

A empresa que administra o canal havia dito que o Panamá poderia perder rotas se não ampliasse o canal.

A Nicarágua, país ao norte do Panamá, anunciou que deseja construir seu próprio canal entre o Atlântico e o Pacífico.





Fonte: BBC Brasil

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