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Internacional
Domingo - 22 de Outubro de 2006 às 20:36

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O governo do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert aprovou neste domingo um projeto de lei que favorece a participação na maioria parlamentar do partido de extrema-direita "Israel Beitenu", liderado por Avigdor Lieberman, indicou um alto responsável hebreu.

O projeto foi adotado por 12 votos contra 11 - pertencentes a membros do Partido Trabalhista e do Shass ortodoxo -, e uma abstenção, a do ministro da Saúde, Yaacob Ben Yzri, do Partido dos Aposentados, destacou este responsável sob anonimato.

O texto visa a transformar o atual sistema parlamentar num de caráter presidencial para permitir uma maior estabilidade da política israelense.

Lieberman declarou que a adoção da medida favoreceria a adesão de seu partido, mas se absteve de fazer de sua aprovação uma condição sine qua non.

Os 11 deputados com que conta esta formação de ultradireita se reunião para decidir sobre sua eventual entrada na coalizão no poder.

Olmert, líder do Kadima (centro), afirmou, por sua parte, que sua intenção era estabilizar a maioria parlamentar, levando em consideração que seu principal aliado, o Partido Trabalhista, está, segundo o chefe de governo, dividido por querelas internas.

Até o momento, fracassaram todos os esforços do chefe de Governo para conseguir a adesão tanto da formação ortodoxa Judaísmo Unificado da Torá (6 vagas) como do partido laico de esquerda Meretz (5 cadeiras).

A imprensa israelense acredita que Lieberman poderá ocupar a pasta de Assuntos Estratégicos, criada expressamente para ele e encarregada de questões como a ameaça do Irã, inimigo jurado de Israel.

Ideologicamente, para Lieberman já não existia nenhuma objeção relevante para apoiar Olmert, depois que o premier estacionou seu plano de evacuação de dezenas de colônias na Cisjordânia.

Com um discurso populista e métodos férreos, o "Israel Beitenu" preconiza um programa de intercâmbio de territórios e populações com a Autoridade Palestina, visando a criar dois Estados etnicamente homogêneos, algo que assustar, em particular, os 1,2 milhões de árabes israelenses.

No entanto, a popularidade deste partido está em alta, segundo recente pesquisa que assinala que, se as eleições fossem realizadas agora, o grupo obteria pelo menos 20 das 120 cadeiras da Knesset.

Nos últimos dez anos os governos israelenses gozaram de uma média de vida de 18 meses devido a um sistema proporcional que favorece a emergência de pequenos partidos e impede a formação de maiores e mais estáveis.

A reforma permitiria que o primeiro-ministro fosse eleito por voto direto, paralelamente às eleições legislativas, e evitaria assim a possibilidade de ser destituído pelo Parlamento. Para sua entrada em vigor, o projeto de lei deve ser agora estudado e votado pelo Parlamento em várias leituras.





Fonte: AFP

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