Subsecretário-geral da Otan visita Israel e reafirma acordo
"O acordo para esta cooperação estava sendo negociado há um ano e meio, e foi aprovado pela Otan na semana passada", confirmou à Efe Shmuel Ravel, diretor de Organizações Européias no Ministério de Assuntos Exteriores de Israel.
Segundo o diplomata israelense, a visita do subsecretário-geral reafirma a vontade de aproximar a cooperação entre as duas partes em uma série de campos de interesse comum.
Minuto Rizzo se reúne esta noite com funcionários do Ministério de Exteriores, e amanhã com altos comandantes do Exército israelense, entre eles o general Dan Halutz, seu comandante-em-chefe.
Depois, o subsecretário deve dar uma conferência no Centro Disciplinar de Herzliya sobre as relações entre a Israel e a Otan.
O acordo, conhecido pela sigla em inglês ICP, ("Individual Cooperation Programme") faz parte do Diálogo Mediterrâneo (DM) iniciado pela Otan em 2004, para impulsionar a dimensão prática do diálogo político com os países da região.
O acordo com Israel é o primeiro e estabelece, ainda de forma muito geral, as pautas para ações conjuntas na luta contra ameaças à estabilidade regional e mundial.
"Temos um interesse comum em unir nossos esforços para enfrentar os desafios comuns, como o terrorismo regional e internacional, o tráfico de armas de destruição em massa, e em geral garantir a estabilidade da zona", explica Ravel.
Perguntado sobre a causa de Israel ter sido a primeira nação a negociar um acordo, quando há mais de 12 países na mesma iniciativa do DM, o diplomata disse que seu país "tem uma reconhecida reputação no recolhimento de informação de inteligência, na luta contra o terror e nos avanços científicos com fins militares".
"Tudo isso é de interesse da Otan, enquanto para nós é muito positivo estar em um fórum de países com os quais compartilhamos os mesmos valores democráticos, os mesmos princípios de liberdade; são 26 países com os quais podemos aprender" comentou Ravel.
Os efeitos práticos da cooperação entre as duas partes ainda devem ser definidos, pois o ICP não considera o uso nem de plataformas, nem da força, possibilidade que Ravel não descarta para o futuro.
Israel já participa de outras iniciativas da Otan como o "Esforço Ativo Para o Controle Marítimo no Mediterrâneo" e tem um oficial da Marinha na base naval de Nápoles.
Uma frota da Otan visitou Israel em meados do ano, e dias depois uma fragata israelense participou de manobras no litoral da Romênia, das quais países árabes participaram.
Israel considera que a integração de países vizinhos, como o Egito ou a Jordânia, em iniciativas regionais da Otan contribuirá de forma decisiva para a estabilidade do Oriente Médio.
"Em todos esses sentidos, consideramos que o ICP pode ser muito positivo para Israel", acrescentou o diplomata.
Quanto à proposta feita pelos ex-primeiros-ministros da Espanha e da Itália, José Maria Aznar e Silvio Berlusconi respectivamente, estimulando a plena integração de Israel na Otan, Ravel disse que, por enquanto, não se fala nesse assunto.
"Estamos interessados em aprofundar a cooperação e estabelecer novos marcos, mas tendo o ICP como via de trabalho, ao menos por enquanto", concluiu o diplomata.
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