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Internacional
Sábado - 21 de Outubro de 2006 às 18:30

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Familiares dos seqüestrados na Colômbia iniciaram neste sábado passeatas e peregrinações a locais religiosos para protestar contra o anúncio do presidente Alvaro Uribe de dar por terminadas as negociações para uma troca humanitária de reféns por rebeldes presos.

Cerca de 300 familiares dos 12 deputados seqüestrados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em abril de 2002 marcharam neste sábado pelas ruas de Cali, a terceira cidade colombiana, para criticar a ordem de Uribe de cancelar os contatos e dar início ao resgate militar dos reféns.

"Nós nos opomos à indolente ordem de resgate dada pelo presidente porque significa que eles (os seqüestradores) só devolverão seus cadáveres", afirmou à AFP Erica Serna, parente de um dos políticos.

Os manifestantes exibiram cartazes e sacos plásticos pretos com a etiqueta de "restado" para enfatizar sua mensagem de que uma operação militar de resgate será a morte para seus parentes.

A presidente do Comitê Humanitário do departamento de Huila, sul, Deyanira Ortiz, que todos estão muito angustiados com a decisão do presidente.

Aos atos públicos se somou uma série de críticas contra o presidente pela suspensão das negociações com a guerrilha.

A Federação Internacional de Comitês Pró-Libertação da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt - refém das Farc desde fevereiro de 2002 - insistiu junto ao presidente que desista do resgate porque a operação será fatal para os reféns.

Em uma resposta às críticas, o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, acusou neste sábado os meios de comunicação de serem "permissivos frente às Farc" e afirmou que o governo não tem a menor dúvida da autoria desse grupo no atentado de quinta-feira passada com um carro-bomba que acabou ocasionando a decisão de Uribe.

Até este sábado, as Farc não haviam se pronunciado sobre o tema, mas a agência Anncol - que distribui pela internet informações desse grupo - assinalou que a "resposta exagerada, sanguinária e torpe do presidente demonstra que ficou sozinho com sua política de insegurança democrática".

As Farc propuseram trocar por 500 rebeldes presos 58 das centenas de pessoas em seu poder. Uribe aceitou uma proposta mais limitada da França, Espanha e Suíça para estabelecer uma ''zona desmilitarizada'' de 180 km, mas, nesta sexta, em reação ao atentado contra um complexo militar de Bogotá, suspendeu as negociações e ordenou o resgate militar dos reféns.





Fonte: AFP

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