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Sábado - 21 de Outubro de 2006 às 10:30

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Marcos Mion até que tentou, mas não conseguiu resistir à tentação de participar de uma novela. Apesar dos anos de experiência em teatro e de ter integrado o elenco do seriado Sandy e Júnior, da Globo, ele sempre priorizou a carreira de apresentador.

Mas agora, mesmo no comando do Covernation, na MTV, aceitou o convite da Record para atuar em Bicho do Mato. Na trama, o ator interpreta Emílio, vilão que disputa o amor da mocinha com Juba, o herói da história interpretado por André Bankoff.

"A MTV sempre foi um sonho profissional. E ao mesmo tempo sinto imenso prazer em participar desse momento histórico da Record", exagera.

Você já tinha contrato assinado com a MTV quando foi chamado pela Record para fazer Bicho do Mato. Como aconteceram as negociações? Teoricamente, não poderia fazer a novela porque sou contratado de outra emissora. Mas a Record me procurou com uma proposta moderna. Não exigiu exclusividade absoluta e respeitou minha história com a MTV. Então fiz uma reunião com o presidente da MTV e eles foram extremamente parceiros. Tanto que me permitiram apresentar apenas um programa, para que eu tivesse tempo de me dedicar à novela.

Como avalia a experiência de gravar a primeira novela de sua carreira? A vida inteira eu disse que nunca ia fazer novela. Não tinha paciência, não tinha saco. Mas com o sucesso da peça que fiz - Camila Backer - a saga continua - começaram as cobranças para que eu fizesse novela. Entre os motivos que me levaram a aceitar o convite está o fato do Emílio ser o vilão. O mais bacana é que ele é vilão por ocasião. Na verdade, é um cara bacana que perde a namorada e, por não ter um caráter admirável, fica furioso. A dualidade dele me interessou muito. Estava acostumado com o teatro, onde você sabe como seu personagem começa e termina. TV é uma loucura porque você tem que ir criando conforme vai acontecendo. Para mim o mais difícil é manter a emoção com trinta cortes, faz, refaz, mudanças de luz. É uma experiência sensacional.

Desde que você fez Sandy e Júnior, na Globo, recebeu outros convites para atuar na TV? Recebi alguns. Mas acho que o ritmo e a loucura das gravações me faziam resistir. O Carlos Lombardi, por exemplo, é um caso especial. A gente se dá muito bem, falamos a mesma língua e ele sempre quis me colocar nas coisas que fazia. Mas nunca deu certo porque eu sempre estava preso a um contrato que não podia ser quebrado. Ele me chamou para a minissérie Quinto dos Infernos, por exemplo, e eu adoraria ter feito. Não deu.

A popularidade de ator de novela é muito diferente da fama de apresentador de TV? Tenho nove anos de carreira e é impressionante ver como no Brasil ator de novela parece astro de Hollywood. O público é outro. Eu passo nas ruas e as senhoras saem das lojas me dando "tchau". Esses dias, no aeroporto, uma mulher veio me pedir um autógrafo e fui logo perguntando qual o nome da filha dela. Mas o autógrafo era para ela mesma. Fui obrigado a pedir desculpas. Estava acostumado com o assédio da molecada na MTV.

O assédio dos fãs incomoda? Isso já foi mais complicado. Na época em que eu apresentava o Sobcontrole, na Band, eu parecia um "popstar". Lembro que fui ao carnaval da Bahia e eles distribuíram cem mil máscaras com a minha cara. Era muito intenso, invasivo. Mas acho que todo mundo tem esse "boom" e depois é nossa a responsabilidade de manter a carreira. Com o tempo você aprende a lidar com isso. Hoje é diferente. Vou a qualquer lugar e se eu quiser ninguém me vê. Na época da Band não tinha consciência de que eu é que controlava isso.





Fonte: TV Press

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