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Internacional
Sábado - 21 de Outubro de 2006 às 03:08

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na sexta-feira que vai resistir à pressão eleitoral para mudar os rumos da guerra no Iraque, apesar das crescentes dúvidas da opinião pública norte-americana e das preocupações dos parlamentares republicanos.

"Nossa meta no Iraque é clara e não mudou", disse Bush a seguidores republicanos, acusando os democratas de apoiarem uma estratégia de dúvida e derrota.

A menos de três semanas das eleições parlamentares de 7 de novembro, cresce a pressão no Congresso por mudanças na guerra, que só em outubro matou pelo menos 73 norte-americanos.

"Não acredito que possamos continuar baseados em uma presença sem fim previsto, incondicional", disse a senadora republicana Olympia Snowe ao jornal The Washington Post.

"Não acho que haja dúvidas de que haverá uma mudança (na estratégia norte-americana no Iraque depois das eleições)", acrescentou.

Os problemas no Iraque deixam muitos republicanos em pânico de perderem o controle do Congresso. Mas o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, disse que "razões políticas não ganham conflitos."

Ao mesmo tempo, porém, Snow disse que Bush está aberto a ajustes nas táticas militares.

O presidente reuniu-se por meia hora na sexta-feira com o general John Abizaid, chefe do Comando Central dos EUA, responsável pela guerra do Iraque.

No sábado, Bush, seu vice, Dick Cheney, e o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, fazem uma videoconferência, há muito tempo marcada, com oficiais no Iraque.

"O presidente está sempre ouvindo seus comandantes e assessores políticos sobre as táticas necessárias para vencer no Iraque e no Afeganistão", disse a porta-voz presidencial Dana Perino.

Muitos senadores republicanos aguardam com ansiedade o relatório de uma comissão chefiada pelo ex-secretário de Estado James Baker, amigo da família Bush, com recomendações sobre eventuais alterações estratégicas. O relatório só será divulgado depois da eleição.

CORREÇÃO DE CURSO A Casa Branca diz que as recomendações serão levadas a sério, mas já rejeitou vários balões de ensaio, como a retirada gradual das tropas, um diálogo com o Irã e a Síria e a divisão do Iraque.

Rumsfeld não quis dizer se acha necessária uma correção de rota no Iraque. "Prefiro dar meus conselhos ao presidente", afirmou no Pentágono. "Sou antiquado."

Os líderes democratas na Câmara e no Senado escreveram uma carta a Bush pedindo a ele que altere os rumos, pois a situação está piorando e "não há um plano efetivo para melhorias".

"Perdemos os corações e mentes do povo, e fomos apanhados numa guerra civil", disse o deputado John Murtha, que atraiu a ira de Bush há um ano ao pedir a retirada das tropas do Iraque.

Num evento em que arrecadou 1 milhão de dólares para os candidatos republicanos, Bush disse que a disposição demonstrada por seu antecessor Ronald Reagan para vencer a Guerra Fria deveria servir de inspiração no combate aos militantes islâmicos.

"Apesar de toda a oposição que o presidente (Reagan) enfrentou dos democratas, ele não cedeu, manteve-se firme no que acreditava."




Fonte: Reuters

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