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Internacional
Sexta - 20 de Outubro de 2006 às 09:50

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Cerca de três milhões de panamenhos irão às urnas no domingo para aprovar ou não a ampliação do Canal do Panamá, um megaprojeto do governo destinado a construir um terceiro jogo de eclusas visando à passagem de cargueiros gigantes.

O crescimento dos intercâmbios comerciais, com navios cada vez maiores, e a competição de vias alternativas, como o canal de Suez (Egito) ou o sistema intermodal dos Estados Unidos, ameaçam a principal atividade econômica do Panamá, advertem aqueles que são favoráveis ao projeto.

"O motor principal da proposta é a falta de balanço que existe entre a demanda crescente e as restrições do canal atual", disse à AFP Rodolfo Sabonge, diretor do Departamento de Planificação Corporativa e Mercado da Autoridade do Canal do Panamá (ACP).

A capacidade do Canal do Panamá, construído por Estados Unidos entre 1904 e 1914, chegará a seu máximo em 2010, segundo vários estudos.

Atualmente, só os barcos com reserva - num total de 24 - têm garantida a travessia pelo canal - de 18 horas - com data e horário previstos, outros 13 devem fazer fila. Basta que uma das duas vias esteja fechada para que a fila se prolongue por até um mês.

Nem todos os barcos dispõem desse tempo, pelo qual chegam a pagar até 220.

000 dólares para cruzar os 80 km que separam os dois oceanos.

No total, 296,3 milhões de toneladas passaram pelas eclusas do canal no último ano, 6,2% a mais que o anterior, deixando receitas de 1,4 bilhão de dólares, dos quais o governo destinará 560 milhões a obras sociais.

Diferentemente dos Estados Unidos, que via o canal com um objetivo estratégico militar e uma estrutura sem propósito de lucro, o Panamá, que recuperou a soberania do canal em 31 de dezembro de 1999, enxerga a passagem de navios como um negócio.

Com a construção de uma terceira via entre o Atlântico e o Pacífico, as autoridades panamenhas querem captar os navios Pós-Panamax, capazes de transportar até 12.000 contêineres.

O terceiro jogo de eclusas, combinado com as existentes, permitirá o trânsito de até 600 milhões de toneladas.

Com este projeto, o Panamá, por onde passam 144 rotas comerciais, das quais 69% procedem de ou se dirigem aos Estados Unidos, quer continuar sendo a principal passagem interoceânica no hemisfério.

O projeto de ampliação prevê a construção de dois complexos de eclusas - um no Atlântico e outro no Pacífico - de três níveis cada um.

A ampliação tem um custo de 5,25 bilhões de dólares.

Se os panamenhos aprovarem neste domingo o projeto de ampliação, a obra estará concluída em 2014 - um século depois da entrada em funcionamento do canal - ou em 2015.

As pesquisas apontam uma avassaladora vitória do ''sim''. Os opositores temem o impacto negativo da obra no ecossistema. Em particular, a salinização de lagos como o Gatún e o Miraflores e a provável passagem de espécies de um oceano para o outro.





Fonte: AFP

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