Focos de calor em MT são menos da metade

O número de focos de calor registrados em Mato Grosso de 1° de janeiro até ontem sofreu uma redução de mais de 50% se comparado ao mesmo período do ano passado. Em quase dez meses são 23.440 pontos detectados, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), contra 48.099, em 2005.

Se analisado o mês de outubro, a diferença é ainda maior. Este ano, o Inpe registrou no mês 868 focos em todo o Estado, e no ano passado, o total ficou em 6.407, uma diminuição de 86%. A queda é significativa, mas ainda não é suficiente para tirar Mato Grosso da liderança do ranking dos que mais queimam no país, de acordo com o órgão. Em segundo lugar na colocação segue o estado do Pará.

Além das políticas de fiscalização ambiental e da quebra do agronegócio em municípios mato-grossenses, o Inpe aponta que o adiantamento do início do período chuvoso foi outro fator determinante para a redução. “Começou a chover no dia 5, quando esperávamos as primeiras precipitações para o dia 20”, afirmou o técnico de operações do Inpe em Cuiabá, Luiz Carlos Nascimento.

A Defesa Civil Nacional emitiu um comunicado alertando sobre os riscos de possíveis tempestades ontem e hoje em alguns estados, dentre eles Mato Grosso, nas regiões leste e oeste. Na Capital, poderá chover nos próximos dias. Nas previsões do Inpe constam possibilidades de chuvas moderadas até domingo.

O volume total de precipitações no mês de outubro no município atingiu 83,4 milímetros, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As informações do Inpe indicam 10 milímetros a menos, mas a diferença é irrelevante e pode ter sido gerada devido a localização diferenciada das estações dos órgãos.

A média mensal histórica de chuvas no mês de outubro em Cuiabá é de 115 milímetros, segundo o 9º Distrito de Meteorologia. O cálculo foi realizado com base em análises pluviais de 1961 a 1990 e as normas climatológicas são utilizadas por 30 anos. “Até agora não choveu mais que o normal, essa quantidade está dentro das expectativas”, afirmou Nascimento. Ano passado, as chuvas somaram 130 milímetros somente em outubro, de acordo com ele.

A quantidade de focos de calor divulgadas pelo Inpe foram detectados pela série do satélite NOAA. Os registros são realizados no período noturno e indicam os pontos na crosta terrestre com temperaturas acima de 47°. “É mínima a possibilidade de não serem focos de incêndio os pontos indicados. Isso porque, quando há uma área que sempre está com temperatura alta, nós analisamos o que há no local, pode ser um campo de areia sobre o qual o sol incidiu o dia todo”, disse Nascimento.