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Governo e oposição terão de viver juntos após eleição, diz FHC
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não acredita em “rupturas” no país após o segundo turno das eleições presidenciais, no dia 29. Para ele, a polarização atual entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin faz parte da campanha eleitoral.
“Não acredito em violência. Se ganhar Lula, Lula será o presidente. E se ele cometeu erros, a Justiça verá”, disse.
“Depois das eleições, se ganha Alckmin ou ganha Lula, haverá que se fazer um esforço para viver juntos”, insistiu.
Mas quando perguntado sobre declarações de Alckmin de que, se Lula for reeleito, seu governo acabará antes de começar, devido ao debate antecipado da corrida eleitoral de 2010, Fernando Henrique respondeu: “A governabilidade vai ser difícil. Não é brincadeira o que está acontecendo no Brasil. O clima foi criado por eles. Não foi a oposição que deu início (às denúncias). E isso não vai parar. Foi nesse sentido que o Geraldo disse. Nós não somos golpistas”.
Na sua opinião, o PT é muito mais intransigente que o PSDB e a discussão “Lula e anti-Lula” é “momentânea”.
Para o ex-presidente, Lula "não é uma pessoa que atraia rancores”. E completou: “Ele tem uma visão católico-popular. Uma pessoa de boa vontade que acha que todos juntos resolvem. Não vejo Lula como a encarnação do mal de todo o mundo”.
As declarações de Fernando Henrique foram feitas durante entrevista com a Associação de Correspondentes Estrangeiros, em Buenos Aires.
“Sapo barbudo”
O ex-presidente responsabilizou o presidente Lula e o PT, com a atual campanha eleitoral, pela polarização política vivida no país.
“Ele ganhou as eleições (de 2002) com o slogan, `Lulinha, paz e amor`. Um pouco hippie, né? Ele tem um lado que é assim mesmo. Mas agora (na atual campanha) ele voltou a ser, como dizia (Leonel) Brizola, um sapo barbudo. Tomara que seja só na campanha.”
Fernando Henrique disse que Lula mudou seu estilo apenas para ganhar a eleição.
“Acho que não era necessário o que ele está fazendo. Lula pode ganhar ou perder a eleição. Isso é importante, mas não fundamental. O fundamental é não perder a cara”, afirmou.
Para ele, Lula deixou de ser um símbolo e se transformou “num político qualquer”. “Que ele ganhe ou que perca, mas não coloque sua história no lixo. É importante para um país que respeite os símbolos e me dá pena de ver que ele mesmo está destroçando seu simbolismo”, afirmou.
Fernando Henrique disse que Lula “perdeu a altura” e lhe “falta grandeza” para reconhecer, por exemplo, que realiza a continuidade de medidas adotadas durante seus dois governos.
Coalizão
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de uma futura coalizão entre PSDB e PT, ele respondeu que não costuma "fechar caminhos", mas tudo dependerá da atitude de Lula e de seu partido.
“Acho que o que nos separa, hoje em dia, é muito mais a política do que a economia ou do que fazer no social”, afirmou. “Existe uma discrepância cognitiva (no governo Lula e no PT). Eles falam uma coisa e fazem outra.”
O ex-presidente já havia manifestado anteriormente, em entrevista à BBC, que não concordava com a idéia de uma "concertação política" entre Lula, caso fosse reeleito, e ex-presidentes, levantada pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, ainda no primeiro turno.
Na quarta-feira, já na Argentina, Fernando Henrique afirmou, em tom de ironia, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria se comparar aos ex-presidentes Fernando Collor (afastado do poder em 1992) e Jânio Quadros (que renunciou em 1961).
Na ocasião, o ex-presidente também defendeu as privatizações realizadas no seu governo.
“Não acredito em violência. Se ganhar Lula, Lula será o presidente. E se ele cometeu erros, a Justiça verá”, disse.
“Depois das eleições, se ganha Alckmin ou ganha Lula, haverá que se fazer um esforço para viver juntos”, insistiu.
Mas quando perguntado sobre declarações de Alckmin de que, se Lula for reeleito, seu governo acabará antes de começar, devido ao debate antecipado da corrida eleitoral de 2010, Fernando Henrique respondeu: “A governabilidade vai ser difícil. Não é brincadeira o que está acontecendo no Brasil. O clima foi criado por eles. Não foi a oposição que deu início (às denúncias). E isso não vai parar. Foi nesse sentido que o Geraldo disse. Nós não somos golpistas”.
Na sua opinião, o PT é muito mais intransigente que o PSDB e a discussão “Lula e anti-Lula” é “momentânea”.
Para o ex-presidente, Lula "não é uma pessoa que atraia rancores”. E completou: “Ele tem uma visão católico-popular. Uma pessoa de boa vontade que acha que todos juntos resolvem. Não vejo Lula como a encarnação do mal de todo o mundo”.
As declarações de Fernando Henrique foram feitas durante entrevista com a Associação de Correspondentes Estrangeiros, em Buenos Aires.
“Sapo barbudo”
O ex-presidente responsabilizou o presidente Lula e o PT, com a atual campanha eleitoral, pela polarização política vivida no país.
“Ele ganhou as eleições (de 2002) com o slogan, `Lulinha, paz e amor`. Um pouco hippie, né? Ele tem um lado que é assim mesmo. Mas agora (na atual campanha) ele voltou a ser, como dizia (Leonel) Brizola, um sapo barbudo. Tomara que seja só na campanha.”
Fernando Henrique disse que Lula mudou seu estilo apenas para ganhar a eleição.
“Acho que não era necessário o que ele está fazendo. Lula pode ganhar ou perder a eleição. Isso é importante, mas não fundamental. O fundamental é não perder a cara”, afirmou.
Para ele, Lula deixou de ser um símbolo e se transformou “num político qualquer”. “Que ele ganhe ou que perca, mas não coloque sua história no lixo. É importante para um país que respeite os símbolos e me dá pena de ver que ele mesmo está destroçando seu simbolismo”, afirmou.
Fernando Henrique disse que Lula “perdeu a altura” e lhe “falta grandeza” para reconhecer, por exemplo, que realiza a continuidade de medidas adotadas durante seus dois governos.
Coalizão
Ao ser perguntado sobre a possibilidade de uma futura coalizão entre PSDB e PT, ele respondeu que não costuma "fechar caminhos", mas tudo dependerá da atitude de Lula e de seu partido.
“Acho que o que nos separa, hoje em dia, é muito mais a política do que a economia ou do que fazer no social”, afirmou. “Existe uma discrepância cognitiva (no governo Lula e no PT). Eles falam uma coisa e fazem outra.”
O ex-presidente já havia manifestado anteriormente, em entrevista à BBC, que não concordava com a idéia de uma "concertação política" entre Lula, caso fosse reeleito, e ex-presidentes, levantada pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, ainda no primeiro turno.
Na quarta-feira, já na Argentina, Fernando Henrique afirmou, em tom de ironia, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria se comparar aos ex-presidentes Fernando Collor (afastado do poder em 1992) e Jânio Quadros (que renunciou em 1961).
Na ocasião, o ex-presidente também defendeu as privatizações realizadas no seu governo.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/267240/visualizar/
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