Familiares de desaparecidos políticos doam sangue para facilitar identificação
O material coletado ficará depositado em um banco de DNA de mortos e desaparecidos que está sendo construído no país para identificação de ossadas. Os exames serão feitos pelo Laboratório Genomic Engenharia Molecular, de São Paulo, vencedor da licitação realizada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.
Entre os doadores de sangue estava a mãe, de 90 anos de idade, de Fernando Santa Cruz, militante pernambucano da Ação Popular Marxista Leninista, que desapareceu em 1974, após ser preso em Copacabana, no Rio de Janeiro, quando tinha 26 anos.
Segundo Amparo Araújo, coordenadora do Movimento Tortura Nunca Mais, as amostras de sangue ficarão armazenadas em vários lugares. "São três ou quatro lugares diferentes. Essa medida vai garantir que, um dia, os mortos e desaparecidos do país que ainda não tiveram as ossadas identificadas possam contar com um enterro digno", disse.
O ministro Vannuchi afirmou que o projeto da criação do banco de perfis genéticos tem por objetivo esclarecer a situação de cerca de 100 desaparecidos políticos durante a ditadura militar.
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