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Cidades/Geral
Domingo - 03 de Março de 2013 às 16:38
Por: GUSTAVO NASCIMENTO

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Cuiabá registrou 12.423 casos de violência contra a mulher no ano de 2012. O índice aumentou 14% em relação a 2011 quando foram constatadas 10.848 ocorrências. Várzea Grande registrou 3.986 episódios. 

De acordo com a Polícia Judiciária Civil, foram emitidos em todo o Estado 3.593 medidas de proteção da Lei Maria da Penha (11.340/06), encaminhadas ao Judiciário para segurança das vítimas. No ano de 2011, as delegacias enviaram à Justiça 2.927 inquéritos policiais. O crime mais ocorrente é o de ameaça, que na Capital atingiu 5.116 mulheres e outras 2,6 mil registraram boletim por lesão corporal. 

Segundo a delegada da Delegacia da Defesa da Mulher, Claudia Maria Lisita, o número bruto de casos não reflete necessariamente crimes domésticos. Este número está diluído entre os outros crimes. Há ainda uma subnotificação, pois algumas vítimas não registram boletins de ocorrência contra os agressores. “Com a conscientização, a subnotificação vem diminuindo ao longo do tempo, porém ainda temos um número muito alto.” 

Um dos problemas enfrentados na Delegacia da Mulher está nos crimes de ação condicionada, como no caso da ameaça. Nestas situações, o processo só tem encaminhamento se a vítima entrar com uma representação contra o agressor. “É bom enfatizar que existem vários tipos de crime em que a ação é incondicional e não depende da vontade da vítima para que o poder público entre contra o acusado, como nos casos de lesão corporal dolosa ou tentativas de homicídio. Mas, ainda existem mulheres que deixam de entrar com a representação contra, principalmente o parceiro por acreditar que apenas o B.O. (boletim de ocorrência) será suficiente para parar a violência”, afirmou Lisita. 

Para a professora de psicologia da Universidade de Cuiabá, Ilze Maria Gonçalves da Costa, vários fatores podem explicar o processo. “A mulher por vezes deixa a situação chegar até as últimas consequências na esperança de mudança do parceiro. Há também a questão afetiva, a insegurança e o aspecto cultural. Tudo isso leva a vítima a demorar a perceber os sinais da doença.” 

Para a professora uma das consequências mais perigosas está na violência psicológica que pode levar a vítima a ter diversos tipos de quadro, inclusive a depressão. “O medo de perder a família, a seguridade do lar, perder o companheiro ou ficar desassistida financeiramente leva o individuo a achar que não tem saída desse quadro.” 




Fonte: Do DC

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