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Nacional
Quinta - 19 de Outubro de 2006 às 16:13

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O ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, anunciou hoje (19), oficialmente, o reconhecimento do estado do Paraná como área livre de febre aftosa. A partir de agora, portanto, está liberada a circulação de animais em todo o território nacional, disse o ministro.

Quanto às exportações, acrescentou o ministro, vai depender dos países compradores. "Mas acredito que, com esse anúncio, muitos já voltem a comprar a carne paranaense".

Segundo Guedes Pinto, nos próximos15 dias, será encaminhado à Organização Internacional de Epizootias (OIE), que cuida da saúde animal em todo o mundo, um relatório comunicando o fato. A OIE reúne-se normalmente nos meses de dezembro e março, mas, de acordo com o ministro, o Brasil fará o possível para que a decisão seja tomada na primeira reunião.

"Se, por acaso, isso não ocorrer, vamos solicitar uma reunião extraordinária do comitê técnico da organização, em caráter de emergência, para que o assunto seja deliberado". O ministro ressaltou que todos os procedimentos impostos pelas organizações internacionais foram rigorosamente cumpridos para que o comunicado tenha credibilidade.

O Paraná comunicou ao Ministério da Agricultura e aos estados vizinhos a condição de suspeito de febre aftosa no dia 21 de outubro do ano passado, após ter adquirido cerca de 2 mil animais provenientes de municípios de Mato Grosso do Sul, onde a doença já havia sido detectada. Daí em diante, várias medidas foram tomadas e comunicadas ao ministério. O relatório final foi enviado pela Secretaria da Agricultura no dia 6 deste mês.

Com base nesse documento, o Paraná pôde ser considerado área livre da doença. Dentre as medidas adotadas, o secretário da Agricultura, Newton Pohl Ribas, citou o sacrifício sanitário de 6.781 animais das sete fazendas suspeitas; 45 dias de vazio sanitário; introdução de 345 animais sentinelas em tais propriedades e realização de 1.483 exames sorológicos, todos com resultados negativos.

Nesse período, foi feito um trabalho conjunto com o ministério, de monitoramento sorológico das áreas de risco num raio de 10 quilômetros em torno das propriedades que foram interditadas. Ribas informou que foram 11.935 amostras por sorologia. Foram feitos também exames complementares de investigações, a pedido do Minitério da Agricultura, e relatórios adicionais.

De acordo com o presidente do Sindicato das Carnes do Paraná (Sindicarnes), Péricles Salazar, o prejuízo com as restrições à comercialização de carnes no país e no exterior, devido à doença, ficou em torno de R$ 640 milhões.

Para o ministro, houve, com certeza, circulação viral no Estado, mas, como o governo paranaense sempre negou a existência da doença, alegando que nenhum dos exames teve resultado positivo, tanto o ministro quanto o secretário da Agricultura recusaram-se a comentar fatos passados, afirmando que haviam feito um acordo para só abordar o presente e o futuro. "Só em indenização aos pecuaristas que sacrificaram seus animais, foram pagos R$ 4,7 milhões, informou o ministro. " Sem incluir as despesas com o trabalho realizado pelo Ministério e pela Secretaria da Agricultura", acrescentou.

O ministro disse que, nos últimos três anos, foram retomados osinvestimentos na área de defesa sanitária. Este ano já foram gastos R$ 165 milhões com o setor. Para o ano que vem, o orçamento previsto é de R$ 195 milhões, além dos investimentos feitos na modernização dos laboratórios do ministério, onde foram gastos, só no ano passado, R$ 51 milhões - "recursos que representam três vezes os valores dos anos anteriores e cinco vezes mais do que há cinco anos".





Fonte: Terra

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