Índios mantém ocupação na Vale do Rio Doce
Os índios chegaram ao local em caminhões e montaram barreiras impedindo a saída dos funcionários, que depois foram liberados. Em protesto, fizeram a dança de guerra.
Eles pedem a construção de 60 casas, a manutenção de estradas da região e querem que a companhia aumente o repasse de recursos para a tribo. ''A principal reivindicação existe porque tem quase dois anos que não há reajuste da verba que eles enviam para a comunidade'', explica a índia Irediã Xicrin.
A Vale afirma que repassa R$ 9 milhões por ano para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e para os índios e não haverá negociação. ''O prejuízo é incalculável porque nós estamos parados. São pelo menos dois dias sem produção'', diz o diretor José Carlos Soares.
Briga judicial Na província mineral de Carajás fica a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, onde são produzidas 250 mil toneladas de minério por dia -- 40% da produção da companhia.
Os executivos dizem que a invasão impede a empresa de cumprir contratos de exportação.
A Vale ainda não sabe quando vai retomar as atividades, mas conseguiu na Justiça a reintegração de posse. Os índios receberam o mandato, mas não deixaram a área.
Protestos No Paraná e em Alagoas, outros índios também fazem manifestações.
Cerca de 300 integrantes da tribo Caiguangues invadiram uma usina da Companhia de Energia Elétrica do Paraná (Copel) desde o fim de semana. A hidrelétrica produz energia suficiente para abastecer 30 mil pessoas.
Os trabalhos não foram interrompidos porque os índios mantêm três funcionários reféns, que estão trabalhando. Na quarta-feira (18), eles permitiram a troca de turno de um dos empregados.
O protesto deve continuar até a semana que vem, quando vai acontecer uma reunião entre os manifestantes e a diretoria da Copel. Os índios querem receber uma indenização pelos danos ambientais causados pela usina.
Em Alagoas, foram invadidas as sedes da Funai e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
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