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Economia
Sábado - 02 de Março de 2013 às 16:08
Por: Thais Herédia

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Como tudo na vida, sempre há pelo menos dois lados da mesma história. O resultado do PIB de 2012 é feio: 0,9% de crescimento é de frustrar até os pessimistas. Percorrendo os olhos pela tabela com o desempenho dos setores da economia e do investimento no ano passado, divulgados pelo IBGE, dá até desânimo.

O investimento foi o grande vilão, nisso concordam os otimistas e os pessimistas. A queda de 4% na formação bruta de capital fixo (FBCF) é prova cabal da falta de confiança dos empresários e da inanição da indústria nacional.

Mas, todavia, porém, nessa mesma tabela com os dados do PIB, há alguns sinais de alento. A taxa de investimento cresceu 0,5% na passagem do terceiro para o quarto trimestre, depois de vários trimestres seguidos de queda. Não foi suficiente para salvar o resultado do ano, mas pode ser um sinal de fumaça de que os investidores estão voltando.

Em 2013, o investimento precisa ser o herói da economia. O instinto animal dos empresários ainda está acuado, esperando para ter certeza de que as coisas podem mesmo melhorar. O pacote de concessões, se o governo conseguir convencer que está apresentando o melhor plano de parceria com a iniciativa privada, pode ser uma boa inspiração para atrair mais investidores e seus recursos.

Da mesma forma a confiança precisa voltar. Ela ainda patina entre empresários da indústria, do setor de serviços e agora atinge até os consumidores – eles sim, os grandes responsáveis pelo PIB de 2012. Se o fôlego das famílias para gastar diminuir esse ano, a indústria terá um papel importante na injeção de ânimo na economia.

O mesmo vale para o setor agropecuário, que levou um tombo no ano passado – queda de 2,3%, segundo o IBGE. O baque foi pior do que esperavam os analistas. Mas pode e deve se reverter, levando a agropecuária a ser a grande líder da economia esse ano – se nada de muito grave acontecer lá fora.

A interpretação mais comum nas análises do PIB de 2012 recai sobre os juros. Se a economia estiver mesmo se recuperando, mesmo que num ritmo mais lento, o Banco Central pode se sentir mais livre para controlar a inflação. No nível em que está, talvez ela precise de um tratamento de choque para voltar para o seu devido lugar – mais perto possível da meta de 4,5%.

Não dá para gostar de um PIB de 0,9%, num país do tamanho do Brasil. Olhando para trás, só se vê um copo meio vazio. Olhando para frente, a coisa pode estar mudando de figura. Olhando bem de perto, até dá para enxergar o copo meio cheio. Se ele vai transbordar durante ano, aí depende da disposição do dono da festa.





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