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Terça - 17 de Outubro de 2006 às 10:42

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Na mesma parede onde ficava o retrato de Saddam Hussein agora existe uma foto de George Bush. Em outros cantos, procurando bem, está Tony Blair. Trata-se de “Quest for Bush”, um ‘mod’ (modificação) feito por militantes islâmicos em cima do jogo “Quest for Saddam”. Especula-se que a própria Al-Qaeda tenha sido responsável pela adaptação, oficialmente realizada pela Global Islamic Media Front.

Fraco e pouco criativo na execução, “Quest for Bush”, também conhecido por “The Night of Bush Capturing", apenas troca as fotos do ditador iraquiano por imagens do presidente americano e do primeiro-ministro britânico (clique aqui para ver o vídeo). A não ser na temática, nem de longe lembra o recém-lançado filme "Morte de um presidente", no qual Bush é vítima de um franco-atirador. Mas o objetivo não era criar uma obra de arte. A Al-Qaeda quer oferecer a seus simpatizantes a mesma chance dada aos americanos através de inúmeros jogos do gênero: esmagar os inimigos, pelo menos no mundo virtual.

Neste ramo o predomínio sempre foi americano. Jogos popularíssimos como “Counter strike” colocam o jogador na pele de soldados que saem pelo mundo perseguindo terroristas. O próprio “Quest for Saddam” é derivado de outro jogo que tinha como objetivo matar Bin Laden. Nem a Venezuela escapou. Em “Mercenaries 2: world in flames” do estúdio americano Pandemic, que será lançado para o PlayStation 3, Caracas e o governo Hugo Chavez são o alvo da invasão de tropas americanas. A novidade é que ativistas islâmicos, principalmente iranianos, vistos como integrantes do “Eixo do mal”, estão contra-atacando com jogos igualmente polêmicos.

Boa parte da polêmica começou com uma empresa do Texas, estado que já foi governado por Bush, chamada Kumagames. Em 2004, ela lançou “KumaWar 1”, jogo-base para novos episódios lançados quase toda semana. Cada episódio permite jogar campanhas baseadas em ações reais do exército americano, como a morte do principal membro da Al-Al-Qaeda no Iraque, o terrorista al-Zarqawi. Até aí, tudo mais ou menos bem. O problema foi quando decidiram um episódio em que era possível invadir o Irã para resgatar um cientista envolvido no programa nuclear.

Revoltada, a “União das sociedades estudantis islâmicas” pediu à Kuma que retirasse o jogo do ar. Não foi atendida. A resposta foi a própria sociedade anunciar que criaria uma versão na qual os vilões seriam os americanos. O jogo ainda não foi lançado.

Até o Hezbollah percebeu que pode ganhar “corações e mentes” através de jogos do gênero. Em 2003, antes de entrar em guerra com Israel, ganhou notoriedade com “Special force”, no qual o jogador tomava parte da resistência islâmica e tinha como missão atacar soldados e políticos israelenses. O sucesso foi imediato. Mais de 100 mil cópias foram vendidas nos países árabes.

Nem tudo, porém, é provocação. Um americano, um israelense e dois palestinos juntaram-se para criar Peacemaker, “um videogame para promover a paz”, como proclama seu slogan. “Queremos provar que videogames podem ser sérios e lidar com questões importantes”, afirmou Asi Burak, em entrevista ao Washington Post. Seu jogo colocará o usuário no papel do líder palestino ou israelense. A missão é trazer a paz para a região.





Fonte: Globo.com

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