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Japão descarta obtenção de armas nucleares
O Japão reiterou hoje seu compromisso com o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) e descartou a possibilidade de obter armas atômicas para fazer frente a uma eventual agressão da Coréia do Norte, enquanto o "número dois" do regime comunista classificou o teste nuclear supostamente realizado por seu país há uma semana como um "sucesso histórico".
Segundo o ministro porta-voz do Governo japonês, Yasuhisa Shiozaki, "a política de manter os três princípios não nucleares, ou seja, a renúncia à posse, à fabricação e ao posicionamento de armas atômicas no Japão, permanece inalterada".
Esta foi a resposta do Executivo japonês a um dos mais proeminentes políticos do Partido Liberal-Democrata (PLD, no governo), Shoichi Nakagawa, presidente do Conselho de Estratégias Políticas do partido, que no domingo pediu um debate sobre a eventual obtenção de armas nucleares perante a ameaça do programa atômico da Coréia do Norte.
Nakagawa levantou a possibilidade de analisar a eventual posse de armas pelo Japão dada a mudança da situação da segurança na Ásia com o teste nuclear norte-coreano supostamente realizado na semana passada.
Enquanto isso, o "número dois" do regime norte-coreano, Kim Yong-nam, classificou hoje o teste nuclear como um "sucesso histórico" em declarações divulgadas pela televisão central norte-coreana e reproduzidas pela agência japonesa "Kyodo".
Nakagawa argumentou que "a posse de armas nucleares diminui as possibilidades de ser atacado e, além disso, oferece a oportunidade de devolver o golpe em tal eventualidade".
O presidente do Conselho de Estratégias Políticas do PLD acrescentou que a Constituição pacifista japonesa não menciona a posse de armas nucleares e sugeriu que o assunto fosse debatido no Parlamento japonês, "sem considerá-lo um tabu".
Sobre os três princípios "não nucleares", Nakagawa apontou que "deveria haver o debate correspondente para saber se é necessário revisá-los".
No entanto, o ministro porta-voz do Governo ressaltou hoje que "o Japão não possuirá armas atômicas em concordância com a lei básica sobre energia atômica e o TNP".
Como membro do TNP, o Japão não pode fabricar ou possuir armas nucleares, enquanto a lei básica de energia atômica só permite atividades nucleares para fins pacíficos.
No último sábado, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que condena o teste feito pela Coréia do Norte e impõe uma série de sanções contra o regime comunista, que, por sua vez, tem ameaçado desatar uma guerra na região caso a pressão se torne insustentável.
A resolução exige que o país suspenda imediatamente suas atividades nucleares e proíbe a venda ou transferência de qualquer tipo de material relacionado com armas "não convencionais" à Coréia do Norte, além de estabelecer o bloqueio aéreo, a proibição da venda de artigos de luxo e o embargo das contas dos governantes norte-coreanos no exterior.
Após o anúncio do suposto teste nuclear norte-coreano, a imprensa japonesa manifestou o temor de que possa haver uma corrida armamentista no Leste da Ásia, incluindo a possibilidade de que os países mais ameaçados por um eventual foco bélico na Coréia do Norte optem por sair do TNP e apostem no desenvolvimento de armamento atômico.
O próprio primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reiterou na semana passada a adesão aos princípios do TNP, mas aparentemente não foi claro o suficiente para impedir que a ala mais dura do PLD reivindicasse um aumento na capacidade de resposta militar japonesa no caso de confronto com a Coréia do Norte.
Um dos pontos básicos das reformas anunciadas por Abe ao ser nomeado em setembro é a reforma do setor militar japonês, com a criação de um Ministério da Defesa e a reforma da Constituição pacifista para que as tropas japonesas possam atuar no exterior em operações de paz.
A reforma do sistema de defesa é uma das principais reivindicações dos setores mais conservadores na Administração japonesa.
Após o teste nuclear norte-coreano e as ameaças diretas feitas contra o Japão pelo regime comunista, Nakagawa tornou-se um porta-voz de uma postura comum entre os "falcões" do PLD: a reivindicação de um status militar para o país equiparável a sua condição de segunda potência econômica mundial.
No entanto, nem mesmo a possibilidade de a Coréia do Norte efetuar um ataque nuclear contra o Japão foi capaz de gerar uma postura favorável à posse de armas atômicas entre a sociedade japonesa, na qual as feridas causadas pelas explosões nucleares em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 ainda parecem estar abertas.
Quando, em 1999, um vice-ministro sugeriu que o Japão deveria debater a possibilidade de obter armas nucleares, a rejeição da opinião pública foi tão forte que levou à renúncia do político.
Os especialistas indicam que, embora seja improvável um debate oficial sobre a aquisição de armas nucleares, o teste nuclear norte-coreano poderia acelerar os planos de desenvolvimento do sistema antimísseis conjunto japonês-americano, já considerado pela China e Coréia do Sul como um passo sem volta em direção ao rearmamento do Japão.
Segundo o ministro porta-voz do Governo japonês, Yasuhisa Shiozaki, "a política de manter os três princípios não nucleares, ou seja, a renúncia à posse, à fabricação e ao posicionamento de armas atômicas no Japão, permanece inalterada".
Esta foi a resposta do Executivo japonês a um dos mais proeminentes políticos do Partido Liberal-Democrata (PLD, no governo), Shoichi Nakagawa, presidente do Conselho de Estratégias Políticas do partido, que no domingo pediu um debate sobre a eventual obtenção de armas nucleares perante a ameaça do programa atômico da Coréia do Norte.
Nakagawa levantou a possibilidade de analisar a eventual posse de armas pelo Japão dada a mudança da situação da segurança na Ásia com o teste nuclear norte-coreano supostamente realizado na semana passada.
Enquanto isso, o "número dois" do regime norte-coreano, Kim Yong-nam, classificou hoje o teste nuclear como um "sucesso histórico" em declarações divulgadas pela televisão central norte-coreana e reproduzidas pela agência japonesa "Kyodo".
Nakagawa argumentou que "a posse de armas nucleares diminui as possibilidades de ser atacado e, além disso, oferece a oportunidade de devolver o golpe em tal eventualidade".
O presidente do Conselho de Estratégias Políticas do PLD acrescentou que a Constituição pacifista japonesa não menciona a posse de armas nucleares e sugeriu que o assunto fosse debatido no Parlamento japonês, "sem considerá-lo um tabu".
Sobre os três princípios "não nucleares", Nakagawa apontou que "deveria haver o debate correspondente para saber se é necessário revisá-los".
No entanto, o ministro porta-voz do Governo ressaltou hoje que "o Japão não possuirá armas atômicas em concordância com a lei básica sobre energia atômica e o TNP".
Como membro do TNP, o Japão não pode fabricar ou possuir armas nucleares, enquanto a lei básica de energia atômica só permite atividades nucleares para fins pacíficos.
No último sábado, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução que condena o teste feito pela Coréia do Norte e impõe uma série de sanções contra o regime comunista, que, por sua vez, tem ameaçado desatar uma guerra na região caso a pressão se torne insustentável.
A resolução exige que o país suspenda imediatamente suas atividades nucleares e proíbe a venda ou transferência de qualquer tipo de material relacionado com armas "não convencionais" à Coréia do Norte, além de estabelecer o bloqueio aéreo, a proibição da venda de artigos de luxo e o embargo das contas dos governantes norte-coreanos no exterior.
Após o anúncio do suposto teste nuclear norte-coreano, a imprensa japonesa manifestou o temor de que possa haver uma corrida armamentista no Leste da Ásia, incluindo a possibilidade de que os países mais ameaçados por um eventual foco bélico na Coréia do Norte optem por sair do TNP e apostem no desenvolvimento de armamento atômico.
O próprio primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, reiterou na semana passada a adesão aos princípios do TNP, mas aparentemente não foi claro o suficiente para impedir que a ala mais dura do PLD reivindicasse um aumento na capacidade de resposta militar japonesa no caso de confronto com a Coréia do Norte.
Um dos pontos básicos das reformas anunciadas por Abe ao ser nomeado em setembro é a reforma do setor militar japonês, com a criação de um Ministério da Defesa e a reforma da Constituição pacifista para que as tropas japonesas possam atuar no exterior em operações de paz.
A reforma do sistema de defesa é uma das principais reivindicações dos setores mais conservadores na Administração japonesa.
Após o teste nuclear norte-coreano e as ameaças diretas feitas contra o Japão pelo regime comunista, Nakagawa tornou-se um porta-voz de uma postura comum entre os "falcões" do PLD: a reivindicação de um status militar para o país equiparável a sua condição de segunda potência econômica mundial.
No entanto, nem mesmo a possibilidade de a Coréia do Norte efetuar um ataque nuclear contra o Japão foi capaz de gerar uma postura favorável à posse de armas atômicas entre a sociedade japonesa, na qual as feridas causadas pelas explosões nucleares em Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945 ainda parecem estar abertas.
Quando, em 1999, um vice-ministro sugeriu que o Japão deveria debater a possibilidade de obter armas nucleares, a rejeição da opinião pública foi tão forte que levou à renúncia do político.
Os especialistas indicam que, embora seja improvável um debate oficial sobre a aquisição de armas nucleares, o teste nuclear norte-coreano poderia acelerar os planos de desenvolvimento do sistema antimísseis conjunto japonês-americano, já considerado pela China e Coréia do Sul como um passo sem volta em direção ao rearmamento do Japão.
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/268220/visualizar/
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