Brasil não conseguirá controlar a Venezuela disse FHC
Além disso, Fernando Henrique ressaltou que o presidente venezuelano tem "um conceito, um pouco vago, de bolivarianismo, que atrai, além de ter se constituído na figura que simboliza o antiamericanismo". "Tem o dinheiro do petróleo e interfere na política de outros", ressaltou o ex-presidente, para quem Chávez tem uma estratégia definida, com que se pode estar ou não de acordo.
Sobre o sistema político venezuelano, FHC disse que Chávez, até agora, sempre apelou para o voto, mas ressaltou que "democracia não é somente voto". O ex-presidente opinou que na América Latina sempre há um tendência latente ao populismo, algo que, na sua opinião, se repete em sociedades de massas pobres.
No entanto, destacou que o Brasil não é o país da América Latina com mais risco de sofrer o populismo porque "é uma democracia mais consolidada". "Não só o Brasil. Chile, Uruguai e até certo ponto a própria Colômbia, o México, são sociedades mais organizadas", afirmou, ao se referir ao caso de Evo Morales, presidente da Bolívia, como "uma coisa um pouco diferente".
Fernando Henrique afirmou que os países da América Latina que contam com ampla população indígena "têm um problema de outra ordem, que é a integração cultural e nacional".
Sobre a possível liderança que o Brasil pode alcançar na América do Sul, destacou que o País tem "algumas aspirações", mas que seus atuais dirigentes as exageraram. "Por exemplo, o lugar no Conselho de Segurança da ONU. Essa possibilidade ainda não estava aberta e, do modo como insistiram, isto dificultou as relações com o México e a Argentina", disse.
Além disso, afirmou que o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, nunca quis iniciar a Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), o que levou os Estados Unidos a fecharem acordos bilaterais com vários países. Esta situação, segundo ele, pode provocar o isolamento do Brasil no continente.
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