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Internacional
Domingo - 15 de Outubro de 2006 às 23:12

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Os Estados Unidos disseram no domingo que a China tem a obrigação de ajudar a impor as novas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a Coréia do Norte, apesar das apreensões de Pequim sobre o risco de provocar Pyongyang.

Mas numa tentativa de apaziguar a China, que foi fundamental no sucesso da aprovação da resolução pelo Conselho de Segurança da ONU no sábado, a secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, disse que Washington queria implementar as sanções de uma maneira que evitasse o "conflito aberto" com a Coréia do Norte.

A China se juntou à aprovação, por 15 votos a favor e nenhum contra, de um pacote de sanções financeiras e de armas, elaborado pelos EUA, contra a Coréia do Norte, seu antigo aliado comunista.

Porém, Pequim expressou fortes reservas sobre uma cláusula que permite buscas internacionais em cargas que vão para e que saem da Coréia do Norte por armas de destruição em massa e materiais relacionados.

O embaixador norte-coreano na ONU, Pak Gil Yon, abandonou a reunião do Conselho de Segurança depois de acusar seus membros de agir "como gângsteres", e advertiu que Pyongyang consideraria qualquer futura pressão dos EUA como "uma declaração de guerra".

A comoção diplomática que se seguiu à votação de sábado continuou no domingo. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que Tóquio iria estudar medidas punitivas contra o Estado comunista recluso. Um importante enviado russo chegou em Seul no domingo para discutir sua viagem para Pyongyang na semana passada.

Rice também deve visitar o Japão, Coréia do Sul e China ainda nesta semana para discutir como impor a resolução.

"Estou certa de que a China vai cumprir suas responsabilidades", disse Rice à Fox News no domingo. "Estou bastante certa de que a China não tem interesse em ver proliferar materiais perigosos da Coréia do Norte."

A resolução, que descreveu a ação de Pyongyang como "uma ameaça clara para a paz e segurança internacionais", veta o comércio de armas perigosas para a Coréia do Norte, impõe barreiras a bens de luxo e a armas convencionais pesadas. Além disso, pede que os países congelem os fundos relacionados a seu programa de armas não convencionais.

Repetindo o presidente norte-americano, George W. Bush, Rice disse: "Os norte-coreanos agora enfrentam uma frente unida que não vai lhes permitir a busca inconsequente de programas nucleares."

PARCEIROS COMERCIAIS

A coação para que a Coréia do Norte honre as proibições impostas pela resolução vai depender em grande parte nos parceiros comerciais do recluso país comunista.

A maior parte do comércio de Pyongyang passa pela China, que teme uma torrente de refugiados se o governo norte-coreano entrar em colapso. A Coréia do Norte também fica entre a fronteira chinesa e a Coréia do Sul, onde estão estacionados 25 mil soldados norte-americanos.

Em Seul, o Ministério das Relações Exteriores disse que "iria implementar fielmente" a resolução da ONU. Mas a Coréia do Sul já disse que não vai se retirar dos seus dois principais projetos no Norte, um parque industrial e um resort nas montanhas, que fornecem dinheiro aos líderes de Pyongyang.

A China advertiu os 15 membros do Conselho de Segurança a "não tomarem ações provocadoras", principalmente as inspeções de carga. A cláusula foi amenizada a pedido de Pequim, mas ainda autoriza os países a inspecionarem as mercadorias.

John Bolton, o embaixador dos EUA na ONU, disse à CNN que Washington espera que as buscas no mar possam ser evitadas na maior parte.

O Japão, que na semana passada impôs duras sanções à Coréia do Norte, incluindo uma proibição de importação durante seis meses, deve fazer ainda mais, segundo relatos da mídia. Tóquio também vai estudar como pode cooperar com as inspeções de cargas dentro do âmbito de sua constituição pacifista.

Alguns analistas dizem que a ameaça de inspeção é um ultimato para que a Coréia do Norte volte à mesa de negociações envolvendo seis países sobre seu programa nuclear. O Estado comunista boicotou as negociações com a Coréia do Sul, os EUA, a China, o Japão e a Rússia desde o ano passado.

Mas o vice-chanceler russo Alexander Alexeyev disse a jornalistas em Seul, após sua visita a Pyongyang na sexta-feira, que a Coréia do Norte não havia descartado de todo a diplomacia.





Fonte: Reuters

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